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Roche e Evandro Chagas sequenciam agentes transmissores no Pará

Article-Roche e Evandro Chagas sequenciam agentes transmissores no Pará

O grande investimento da Roche está na formação de profissionais. O Instituto já sequenciou todos os tipos de vírus da dengue. Conheça a estratégia da parceria para a região amazônica

Até os primeiros dias do mês de maio, o Pará registrou oito mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SPAG), causadas por H1N1 (cinco), Influenza B (duas) e H3N2 (uma). E se a biodiversidade da Amazônia carrega uma vasta coleção de vírus, uma parceria idealizada em 2010 tem ajudado a saúde local a trabalhar no sequenciamento das arboviroses (infecções virais transmitidas por artrópodes), da região. Quem coloca a mão na massa é o Instituto Evandro Chagas, fundação ligada ao governo paraense com sede em Ananindeua (município do estado), que faz o trabalho de campo ao explorar a floresta em busca de novos agentes transmissores de doenças e também mapear e conhecer esse potencial patogênico. No ano passado, por exemplo, foi identificado todo o genoma de algumas espécies do vírus da febre amarela. Do outro lado, quem oferece o suporte técnico e a capacitação de profissionais é a Roche, que ao invés de vender um equipamento e cruzar os braços, concede bolsas a pesquisadores e dá apoio constante e irrestrito aos parceiros paraenses.

ROCHE

Dentro das áreas de atuação da Roche, empresa cuja matriz brasileira fica em São Paulo, está uma divisão de negócios voltada para produtos de alta tecnologia que busca uma demanda de necessidades médicas não atendidas, aquelas onde estão doenças que já são bastante estudadas, mas que ainda não têm solução comercial disponível. Nesta área, a empresa desenvolve os sequenciadores genéticos, equipamento que a empresa conseguiu desenvolver com uma nova metodologia há cinco anos ? daí vem o modelo 454, utilizado neste trabalho realizado na região amazônica.

INSTITUTO EVANDRO CHAGAS

Na vanguarda no que diz respeito ao conhecimento científico na região da Amazônia, o Instituto Evandro Chagas, ligado ao governo federal, está desde os anos 30 trabalhando pela saúde local. Nesses mais de 70 anos traçou linhas de pesquisa que passaram pelas principais demandas de cada tempo, até que no último ano foi capaz de descobrir mutações do tipo 4 do vírus da dengue, por exemplo. Desde que passou a colaborar com a Organização Mundial da Saúde, ainda em 1950, o instituto coleciona mais de 12 mil mostras e um constante trabalho na otimização das informações para a elaboração de diagnósticos mais eficientes.

A Roche não tem nenhum interesse econômico nessa parceria?, garante a gerente da Unidade de Negócios Roche Applied Science, Patrícia Barbosa. Como explica a executiva, a empresa não desenvolve remédios nessas áreas e o simples fato de vender equipamentos de sequenciamento genético (no caso, o modelo 454) faz parte do negócio de rotina da companhia. ?O grande fato aqui é trazer luz a esses temas e ajudar institutos de pesquisa?, complementa. No caso da parceria com o Instituto Evandro Chagas, o grande investimento da Roche é na formação de profissionais. Com recursos que são oferecidos pela empresa e gerenciados pela Fundação de Desenvolvimento da Amazônia, três pesquisadores são selecionados para receber salários, no nível das bolsas de doutorado e mestrado praticadas no Brasil, e se dedicar ao estudo das arboviroses amazônicas. Além disso, técnicos e engenheiros da Roche vão regularmente ao Pará prover todo tipo de suporte ou treinamento específico em relação aos equipamentos e métodos, além das unidades no Sudeste estarem à disposição.

Pelo trabalho do Instituto Evandro Chagas, já foram sequenciados todos os tipos de vírus de dengue e também a primeira sequência completa do vírus causador da febre amarela no Brasil. Na avaliação do pesquisador do Instituto Evandro Chagas, Márcio Nunes, graças à parceria que facilitou a transferência de tecnologia. ?Isso mostra que uma ligação entre órgãos federais e um particular pode trazer um benefício muito grande para a federação. Além de mostrar que é possível fazer um trabalho deste nível aqui na região?, conta. O especialista, cabeça pensante do projeto, diz ter conhecido a plataforma 454 da Roche e visto que ela funcionava de forma eficaz para o trabalho feito por eles no Pará. Buscou, assim, uma parceria com a empresa e vê, satisfeito, a relação andar a todo vapor desde 2010. ?Agora estamos desenvolvendo um Centro de Inovação Tecnológica onde queremos otimizar esses dados que envolvem nosso trabalho em nanotecnologia?. Unindo, portanto, o DNA do instituto, incansável nos estudos dentro da Amazônia, com o apoio que lhe foi oferecido.

TAG: Hospital