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Quarentena: empresas adaptam programas de saúde ao home office para manter bons resultados

Article-Quarentena: empresas adaptam programas de saúde ao home office para manter bons resultados

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Atividades como yoga, meditação e atendimento psicológico podem - e devem - continuar de forma remota

Antes da pandemia de coronavírus, o Brasil já era um dos países com mais trabalhadores estressados e ansiosos no mundo, de acordo com a International Stress Management Association (ISMA), uma associação internacional de pesquisa, prevenção e tratamento de doenças relacionadas ao trabalho. Uma das formas das empresas combaterem estes problemas, que têm catalisado índices de afastamentos, é investir em programas de saúde internos voltados ao bem-estar físico, mental e emocional dos colaboradores. Com a recomendação de quarentena para conter a expansão da Covid-19, empresas adaptaram essas ações ao home office para manter os resultados positivos alcançados e zelar pela saúde mental dos funcionários - mais vulnerável em razão da necessidade de isolamento social, conforme alerta da Organização Mundial de Saúde.

A Softplan é uma das empresas catarinenses que já vem apostando em um programa de saúde para os seus colaboradores, o Softplan+Saúde, que tem parceria com a Unimed Grande Florianópolis. A iniciativa colheu bons frutos: segundo o Glassdoor, site que coleta depoimentos anônimos de trabalhadores de empresas de todo o mundo, e pelo qual é possível ter uma noção do clima organizacional nas companhias, o índice de Qualidade de Vida da empresa evoluiu e ficou à frente de empresas do mesmo segmento no período de novembro de 2019, quando o programa foi criado, e  fevereiro de 2020.

"Para as empresas, esses programas são importantes porque permitem que os gestores possam conhecer melhor os principais problemas de saúde dos funcionários, e tomem medidas para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas, e consequentemente, a produtividade. Já para os colaboradores, é importante porque atende uma demanda crescente, sobretudo dos mais jovens, de cuidar cada vez mais da saúde de forma preventiva", diz Marcello Alberton Herdt, consultor médico da Softplan.

Os colaboradores da Softplan contam com benefícios como um ambulatório dentro da empresa com médico, enfermeira e psicólogo, dia da fruta, massagem e cultivo de horta,  atividades como ginástica laboral, meditação e yoga, além de vacinação contra a gripe e incentivo ao uso de bicicleta para o deslocamento casa-trabalho.

Com a quarentena, os colaboradores passaram a trabalhar em home office para evitar a disseminação do coronavírus, e os benefícios foram mantidos com adaptações. Hoje, toda a equipe segue tendo aulas de ginástica laboral, yoga e meditação online, além de terem atendimento médico e psicológico de forma remota. A Softplan também criou webinars com colaboradores e lideranças para trocar dicas sobre o home office, saúde física e psicológica; uma página específica na intranet com todos os cuidados e orientações para esse período, e um canal na rede social corporativa para troca de experiências durante o isolamento.

"Nós acreditamos na cultura de bem-estar como pilar para uma vida mais plena e produtiva. Temos muitos depoimentos de colaboradores que mudaram hábitos, e que relatam que as aulas de yoga e meditação ajudam a aumentar a concentração e foco, auxiliando, inclusive, em tomadas de decisões durante a jornada”, explica Renata Boschetto, coordenadora de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Softplan.

Esse também foi o caso da Involves, empresa de Santa Catarina especializada em trade marketing. Mesmo com os colaboradores trabalhando de casa, as atividades de alongamento  laboral e de yoga continuam remotamente, e recebem vídeos com dicas de exercícios de ergonomia e atividades físicas.

Além disso, para manter a interação durante o isolamento, a empresa tem incentivado  os colaboradores a mandarem fotos de como foi o dia de home office e compartilharem as curiosidades e dificuldades do dia a dia. “Sabemos que é um momento de ansiedade e é preciso cuidar das pessoas à nossa volta. Queremos demonstrar o apoio a todos com quem trabalhamos e mostrar que podem contar com a gente”, finaliza André Krummenauer, CEO da Involves.

A Pulses, startup de Itajaí que tem soluções de clima organizacional medidos de forma contínua, decidiu não só não demitir nesse momento, mas também ouvir os colaboradores quinzenalmente através do Termômetro de Crise, uma pesquisa de clima focada nos impactos da Covid-19 no cotidiano. A plataforma, que inclusive está disponível gratuitamente para outras empresas, avalia tanto questões relacionadas à produtividade e adaptação ao home office quanto aos níveis de ansiedade e preocupação.

Com os resultados em mãos, os diretores puderam perceber que o time estava se sentindo mais ansioso e estressado por conta da quarentena. Por isso, começaram a desenvolver iniciativas que pudessem ajudar, como um grupo de apoio emocional com psicólogos, um momento diário para a prática de exercícios guiados por um educador físico e happy hours remotos com jogos, toda sexta-feira, para descontrair.

"No cenário de isolamento, ouvir o colaborador é uma forma de reduzir o distanciamento, e também de acolher e demonstrar preocupação com o que ele tem a dizer. Ao sentir que está sendo ouvido, o trabalhador passa a confiar mais na empresa e seus níveis de ansiedade tendem a reduzir. Pedir feedbacks também pode trazer soluções inovadoras para o seu negócio", comenta Cesar Nanci, CEO da Pulses.