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Medicina Baseada em Evidências #2: o papel do médico

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Profissionais precisam estar abertos às inovações da medicina, ter visão analítica e ser capaz de discernir informações confiáveis das imprecisas com mapeamento de tudo que já foi publicado

Atualização constante, com atenção ao aprimoramento técnico e às descobertas científicas, é um dos requisitos básicos para a prática médica consciente. A Medicina Baseada em Evidências (MBE) é mais  uma ferramenta para melhorar as habilidades dos médicos, com a contribuição da literatura e dos avanços tecnológicos. Ao contrário do que se pode pensar, a prática não nega o valor da experiência e, sim, propõe que o profissional avalie sua capacitação e bagagem a fundamentos comprovados por pesquisas de excelência, indicando, por exemplo, as recentes descobertas sobre as vantagens e desvantagens de determinada conduta, tratamento ou medicamento.

Mas, para usufruir dos benefícios da MBE, os médicos precisam estar abertos - e interessados - às inovações da medicina, ter visão crítica e serem capazes de discernir informações confiáveis das imprecisas, sabendo realizar uma análise crítica da literatura, como explica Regina El Dib,  professora assistente doutora do Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e pesquisadora do Instituto de Urologia da McMaster University (Canadá). Segundo ela, a grande desconfiança dos médicos em relação a prática da Medicina Baseada em Evidência diz respeito às contradições que as pesquisas podem, eventualmente, gerar.

“O Daily Mail, conceituado jornal da Inglaterra, por exemplo, já publicou algumas matérias dizendo que o café poderia causar câncer, e depois, que poderia prevenir. O leitor despreparado pode, facilmente, tomar uma decisão apenas por essa informação. O médico deve estar consciente de que existem, sim, fontes de informações que fornecem dados sem significado ou informações desestruturadas e estar preparado para identificar quais têm valor científico. “Para isso, deve realizar cursos de análise crítica de estudos científicos, assistir a vídeos online ou participar de workshops e treinamentos como os realizados pela Colaboração Cochrane, instituição sem fins lucrativos especializada em Medicina Baseada em Evidências”, recomenda. Além disso, Regina destaca dois fatores que, em conjunto, possibilitam que o médico identifique pesquisas de credibilidade:

  • Revisão sistemática: estudo secundário que deve contar com um mapeamento e uma análise crítica de tudo que já foi publicado e analisado em ensaios sobre o assunto, que precisam expor metodologia utilizada, desde a formulação da pergunta clínica até as ferramentas para avaliação crítica destes estudos e a interpretação dos resultados dos mesmos;

  • Metanálise: a pesquisa deve apontar, também, dados estatísticos consistentes que comprovem a veracidade dos resultados em questão.

“No dia a dia dos profissionais da saúde surgem dúvidas a respeito de determinadas condutas - é normal. Muitos médicos tentam resolver o dilema perguntando para um amigo ou colega de profissão, mas em qual fundamento eles estão baseando suas respostas? Ou, ainda, quantas opiniões divergentes irão encontrar?”, provoca Regina. De acordo com ela, a MBE é uma ferramenta extra para auxiliar o médico a conduzir o diagnóstico e o tratamento de um paciente.

A MBE aliada a soluções aos protocolos de apoio à decisão clínica e demais informações individualizadas sobre o usuário, obtidas em ferramentas como o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), auxiliam em uma prática mais assertiva, menos custosa e mais segura da medicina.

Esta matéria é a segunda de um especial de cinco capítulos que mostrará como a MBE e a gestão hospitalar informatizada trabalham para uma melhor segurança do paciente. Veja a primeira: Medicina Baseada em Evidências #1: mais segurança na assistência à Saúde

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