“A potencialização ou a retenção de talentos pode resultar da convicção dos profissionais sobre parâmetros e responsabilidades, a proteção do seu trabalho e a segurança do sistema de governo, das perspectivas de utilidade do profissional na trajetória institucional e da confiança em seus dirigentes sob os aspectos técnicos e éticos”. Essa é a ótica do administrador Paulo Sales sobre o crescente investimento das instituições de saúde para qualificar e profissionalizar a gestão e os talentos.
Mestre em Avaliação pela Fundação Cesgranrio, com MBA Gestão em Saúde pelo COPPEAD e extensão pela Universidade de Barcelona (Espanha), e especialista em Gerenciamento de Ambiente e Segurança Hospitalar pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Sales acredita que os planos de negócios, as metas de produção devem inspirar a qualificação da força de trabalho. Para ele, que ministra o curso Educação e Qualificação dos Profissionais de Saúde, promovido pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), o investimento em educação continuada é primordial. “O investimento, não apenas financeiro, deve ser continuado tanto quanto a educação. Iniciativas interessantes são percebidas nas instituições que abrigam atividades de ensino e pesquisa no âmbito da assistência”, assegura.
Para o especialista, a seleção e a qualificação de profissionais impactam diretamente no desempenho da instituição de saúde. “Importante exercitar a disciplina funcional atrelada aos programas de governo institucionais, aplicando atividades de ensino e de monitoramento permanentes. Nestes casos, cuidando para que sejam efetivas tanto pela escolha de escolas e consultorias qualificadas quanto pela qualificação e pertinência das próprias atividades”, sugere Sales, que sublinha que o tratamento dos eventos adversos e a valorização dos exemplos de boas práticas devem estar consagrados.
Paulo Sales afirma que os processos de qualidade resultam de responsabilização e disciplina funcional. Em sua opinião, além das posturas individuais, uma das origem das barreiras é a fragilidade dos processos gerenciais aplicados aos sistemas de trabalho que não inovaram. “As fronteiras de responsabilidades podem estar tênues e a accountability measures ainda não é consciência ou consenso dos profissionais, independentemente de sua posição hierárquica. E isto deve inspirar atividades de ensino sistemáticas”, diz Sales. Na visão do especialista, indicadores são importantes e a remuneração é fundamental. “Serão vetores de prosperidade quando precedidos por modernização dos protocolos de governo e de negócios da instituição”, acredita.
Profissionalização e Qualificação
Paulo Sales ministrará o curso Educação e Qualificação dos Profissionais de Saúde, nos dias 22 e 23 fevereiro, na sede do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), no Rio de Janeiro.
Entre o conteúdo figuram abordagens como a gestão de competências ou do conhecimento ou de talentos, a transformação cultural, o gerenciamento da comunicação e a ambiência. O curso foca ainda na vinculação a políticas e procedimentos que orientam a preparação de sucessores, o reconhecimento profissional, a mensuração de desempenho e as contribuições individuais e em grupo. Com ênfase na metodologia JCI, instrui o planejamento do complexo de educação e qualificação de profissionais, com vistas à modernização do gerenciamento da força de trabalho. O conteúdo contempla também aspectos da ambientação e posturas pessoais, credenciamentos e monitoramento profissional. E aborda o cotidiano quanto às suas influências sobre o desempenho, destacando aquelas que ainda não são tratadas, formalmente ou institucionalmente.
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