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Estudo apresenta gastos dos planos de saúde

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Desperdício de recursos é três vezes maior que gasto com medicamentos em planos de saúde. Estudo revela que terapias representam 6,6% das despesas da saúde suplementar, enquanto desperdício e excesso de exames alcançam 19,2%

Os gastos anuais com medicamentos alcançaram R$ 12,7 bilhões na saúde suplementar, o que representa 6,6% dos gastos totais dos planos de saúde, equivalentes a R$ 190,5 bilhões. Ao mesmo tempo, o desperdício de recursos com fraudes e exames desnecessários chega a 19,2%, que representa R$ 36,57 bilhões.

Isso é o que revela um estudo da consultoria internacional especializada na área de saúde IQVIA, encomendado pela INTERFARMA (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa). “As novas tecnologias e a saúde suplementar – Custos e benefícios aos pacientes” acaba de ser lançado, com o objetivo de dar embasamento às discussões em torno do acesso às terapias via planos de saúde.

“Existe um enorme esforço internacional, com bilhões de dólares de investimentos em pesquisas, para a criação de terapias capazes de curar doenças hoje incuráveis e controlar sintomas hoje incapacitantes aos pacientes. Para que o acesso aos novos tratamentos seja garantido via plano de saúde, precisamos compreender os gastos deste segmento e buscar soluções viáveis, com foco nas necessidades do paciente”, afirma Pedro Bernardo, diretor de Acesso e Assuntos Econômicos da INTERFARMA.

O estudo também revela que o número de pessoas assistidas pela saúde suplementar reduziu de 50,1 milhões para 47,2 milhões entre 2014 e 2017, o que configura uma queda de 5,8% na cobertura. Desemprego e crise econômica foram os principais fatores. Essa queda modificou o perfil dos beneficiários, diminuindo o número de jovens e aumentando o de idosos. As faixas de 0 a 18 anos e 19 a 58 anos sofreram redução de 7,8% e 7,3%, respectivamente, enquanto os beneficiários com idade a partir de 59 anos incrementaram a carteira dos planos em 5,4%.

Essa mudança de perfil implica em crescimento de demanda, pois idade é fator de risco significativo para doenças complexas, como o câncer, problemas degenerativos e crônicos, como mal de Alzheimer e diabetes. O crescimento da demanda, entre 2014 e 2017, chegou a 10,9% para os procedimentos de assistência médico-hospitalar, somando 1,3 bilhões por ano. Se observados os procedimentos por paciente/ano, o salto foi ainda maior, de 17,8%, chegando a 28,1.

A geriatria, especialidade focada em pacientes idosos, lidera o número de consultas médicas ambulatoriais, representando 28,1% do total. Entre 2014 e 2017, o crescimento médio de todas as especialidades chegou a 7,8%. A taxa de internação também aumentou, passando de 15,1% para 16,9%.

“O peso dos medicamentos é pequeno, de apenas 6,6%, mas não podemos esquecer que são eles que garantem às pessoas uma vida melhor e mais longa. Por isso, temos que sempre buscar mais acesso, especialmente das novas e modernas terapias”, afirma Pedro. Como mostra o estudo, a necessidade pelos medicamentos tende a aumentar com o envelhecimento da população, para que o país preserve e amplie a conquista de ter brasileiros vivendo mais e melhor.

“Essa é uma realidade que não pode ser ignorada e precisa ser discutida, com embasamento técnico, por todos os elos da assistência ao paciente. Não adianta tentar responsabilizar um ou outro fator pelo custo da saúde, pois isso vai apenas postergar uma real busca por soluções que atendam às necessidades dos beneficiários”, diz o diretor da INTERFARMA.