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Cirurgia inédita em São José dos Campos é realizada no Vivalle

Article-Cirurgia inédita em São José dos Campos é realizada no Vivalle

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No mês de agosto, o Hospital viValle realizou, no Centro Cardiovascular Avançado, uma cirurgia inédita na cidade de São José dos Campos, a Correção Endovascular de Aneurisma Justarenal da Aorta com endoprótese customizada, a qual foi desenvolvida especialmente para o paciente. O procedimento foi realizado pelo Dr. Ricardo Yoshida, médico responsável pela equipe de Cirurgia Vascular e Endovascular do Hospital viValle e do Centro Cardiovascular Avançado viValle.

A técnica, desenvolvida pelo cirurgião vascular e endovascular, professor na Cleaveland Clinic nos Estados Unidos da América, Dr. Roy Greenberg (falecido), começou a ser realizada no Brasil há apenas 10 anos. Para a realização da cirurgia, o Dr. Ricardo Yoshida, passou por um estágio na Mayo Clinic, em Rochester, Minesota (EUA), onde se especializou nesta técnica minimamente invasiva.

A aorta é a maior artéria do corpo humano. A dilatação permanente desta artéria é conhecida como aneurisma da aorta, ocasionada pelo enfraquecimento da parede arterial. Os fatores causadores deste enfraquecimento são considerados degenerativos, mas estão intimamente relacionados com fatores como hipertensão arterial e tabagismo.

Quando essa dilatação envolve a origem das artérias renais ou se localizada acima delas, são chamados de aneurismas complexos da aorta, sendo que sua correção cirúrgica, tanto convencional quanto endovascular, torna-se mais complexa. É uma doença de extrema gravidade, principalmente por ser silenciosa (75% pacientes não apresentam sintomas).

Quando ocorre o rompimento do aneurisma, a mortalidade pode chegar a taxas entre 80% e 100% para os pacientes que chegam ao hospital, e mais de 50% para os submetidos à cirurgia de emergência para reparar o dano. O rompimento do aneurisma é a principal complicação da doença.

O tratamento cirúrgico convencional para aneurismas complexos da aorta é um procedimento de grande porte e alta complexidade técnica, que envolve grandes incisões e, em alguns casos, a necessidade de parada da circulação sanguínea por um período, para que o segmento do vaso doente seja substituído por uma prótese.

Esse tipo de procedimento requer longo tempo de anestesia geral, grande quantidade de transfusões sanguíneas, apresenta riscos de complicações cardiorrespiratórias e outras possíveis complicações como nos rins, por exemplo. Para a recuperação, o paciente precisa de tempo prolongado em UTI, aumentando o tempo de internação hospitalar e a retomada das atividades rotineiras.

Em contrapartida, a Correção Endovascular de Aneurisma da Aorta é um procedimento minimamente invasivo, que introduz, através de pequenas incisões, uma ou mais próteses, chamadas de endopróteses, na aorta doente, fazendo com que o fluxo sanguíneo passe a ser feito por dentro destes dispositivos, eliminando a dilatação que caracteriza o aneurisma.

Nesta técnica não há necessidade de suspensão da circulação sanguínea, o que reduz os riscos cardiorrespiratórios, deixa o paciente menos tempo sob anestesia, demanda tempo reduzido de internação em unidades de tratamento intensivo e apresenta uma recuperação mais rápida.

Endoprótese customizada - As endopróteses, são dispositivos conhecidos como “stents” revestidos por um tecido sintético, utilizadas para a correção endovascular de aneurisma infrarenal (abaixo das artérias renais). São produzidos levando-se em consideração os padrões comuns da anatomia humana. Mas em aneurismas complexos da aorta, existem particularidades anatômicas que impossibilitam o uso das endopróteses padrões.

A solução existe. Através de um programa de computador que avalia imagens de angiotomografia, o médico pode “desenhar” uma peça exclusiva para a anatomia do paciente. Para que esta peça seja idealizada, o projeto desenvolvido, precisa ser avaliado por engenheiros da empresa que fabrica a endoprótese. Após análise e consenso entre os especialistas (médico e engenheiro), a peça é produzida.

A especificidade da endoprótese customizada é tão grande que não seria possível adaptá-la para o uso em nenhum outro paciente. Para a realização da cirurgia no Hospital viValle, a produção dispositivo customizado foi feito na Austrália. Ao todo, o processo de desenvolvimento, produção e postagem pode levar por volta de dois a três meses.