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Casa de Saúde São José realiza estudo com pacientes transplantados

Article-Casa de Saúde São José realiza estudo com pacientes transplantados

Pesquisadores do setor de Radiologia da Casa de Saúde São José (CSSJ) e do Instituto Nacional de Cardiologia (INC) apresentaram durante o 10º Encontro Científico Anual, realizado pela Sociedade de Tomografia Computadorizada Cardiovascular (Society of Cardiovascular Computed Tomography) estudos feitos em parceria pelas duas instituições em 2014. O encontro aconteceu entre os dias 17 e 19 de julho em Las Vegas, nos Estados Unidos.

A primeira pesquisa permitiu a avaliação anatômica dos vasos coronarianos de forma não invasiva através da angiotomografia coronariana. Ela evita possíveis intercorrências que podem acontecer em métodos invasivos e aumenta a precisão do procedimento, garantindo ao paciente mais segurança e à equipe médica um resultado melhor, além disso, o procedimento é menos custoso que o cateterismo. A pesquisa envolveu 16 pacientes submetidos a transplante cardíaco no INC. Com frequência, esses pacientes precisam passar pelo procedimento invasivo de cateterismo cardíaco, apesar dos riscos envolvidos.

Porém, pacientes que passaram por transplante cardíaco têm grande dificuldade de alcançar a frequência de 60 batimentos cardíacos e, por isso, o método ainda não é incentivado pelas diretrizes clínicas. No entanto, o estudo demonstrou que com a administração de um medicamento, conhecido como ivabradina, os cardiologistas vêm conseguindo diminuir a frequência cardíaca, permitindo assim a realização do método angiotomografia coronariana para avaliação cardiológica do paciente, em vez da técnica de cateterismo cardíaco.

Segundo a Dra. Jacqueline Miranda, coordenadora do setor de Transplante e Cardiomiopatias do Instituto Nacional de Cardiologia e co-investigadora do estudo, os resultados obtidos foram bastante expressivos. “Eles nos levaram a estudar a implementação da angiotomografia coronariana como rotina para avaliação cardiológica de pacientes transplantados”, explica. Por não ser invasiva, como no caso do cateterismo, a angiotomografia é um método de diagnóstico mais seguro para o paciente.

Já o segundo estudo buscou avaliar, de forma pioneira, o impacto do uso da angiotomografia coronariana. Foram analisados dados de 1.132 pacientes, com idade média de 58 anos, submetidos à angiotomografia coronariana e acompanhados pelos médicos durante cerca de quatro anos. De acordo com o Dr. Ilan Gottlieb, chefe do setor de Radiologia da Casa de Saúde São José e investigador principal dos dois estudos, essas respostas são fundamentais para o ajuste do tratamento clínico ao risco do paciente. “Além de avaliar as condições dos vasos coronarianos, verificamos neste segundo estudo que a angiotomografia pode detectar também se o paciente tem baixo ou alto risco de desenvolver doença cardíaca”, conclui.

Os resultados do segundo trabalho apontaram que, na população brasileira, quanto maior a quantidade e a gravidade da aterosclerose coronariana, maior o risco cardiovascular do paciente. Pacientes com coronárias normais apresentaram risco cardiovascular baixo, com taxa de eventos de aproximadamente 1% no período, enquanto pacientes com doença avançada demonstraram taxa de eventos superior a 20% no mesmo período, ou seja, a angiotomografia coronariana foi capaz de estratificar grupos com risco de diferentes eventos em até 20 vezes.