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Casa de Saúde Saint Roman fala sobre a Lei de Saúde Mental

Article-Casa de Saúde Saint Roman fala sobre a Lei de Saúde Mental

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Diante da discussão sobre a nova Lei de Saúde Mental, o psiquiatra Licínio Ratto, Diretor-fundador da Casa de Saúde Saint Roman, instituição carioca que há 50 anos é referência em transtornos mentais e dependência química, fala sobre a recente divulgação, feita pelo Ministério da Saúde. Entre outros pontos, o texto prevê internação em hospitais psiquiátricos e financiamento para equipamento de ECT - EletroConvulsoTerapia, popularmente chamado de eletrochoque.

O governo federal prepara um documento que coloca em prática uma nova política de atendimento à saúde mental no Brasil. Baseada em portarias e resoluções publicadas entre outubro de 2017 e agosto de 2018, a nota técnica chegou a ser divulgada no site do Ministério da Saúde na segunda-feira (4). Entretanto, criticado por especialistas, o texto foi retirado do ar. Não há uma data prevista para conclusão e implementação.

Os principais itens em consulta interna no ministério são:

• Inclusão dos hospitais psiquiátricos nas Redes de Atenção Psicossocial (Raps);

• Financiamento para compra de aparelhos de eletroconvulsoterapia, mais conhecidos como eletrochoque;

• Possibilidade de internação de crianças e adolescentes;

• Abstinência como uma das opções da política de atenção às drogas.

Segundo o psiquiatra Dr. Licínio Ratto a reforma psiquiátrica de certa forma, promoveu uma guinada no tratamento dispensado aos pacientes. Além de permitir que equipes multidisciplinares passassem a ser o objetivo daqueles que tinham uma visão que considerava o hospital psiquiátrico centro de recuperação e ressocialização dos portadores de transtornos mentais.

" Nós concordamos que o tratamento com equipe multidisciplinar é o que funciona na recuperação da saúde mental, com o complemento do Hospital Dia e do Ambulatório, considerados fundamentais para a continuidade do tratamento pós-internação".

Segundo ele, a doença mental não tem cura, mas tem tratamento.

" Assim, dentro destes parâmetros que preconizo e com os quais trabalhamos há quase 50 anos, os pacientes terão uma outra qualidade de vida. Este é o ponto positivo da reforma psiquiátrica".

Eletrochoque (ECT)

No tocante ao uso do Eletrochoque, Dr. Licínio informa que atualmente não existe mais discussão sobre a eficácia do choque, nos moldes modernos de suas indicações e aplicações.

"Somente aqueles profissionais que não evoluíram ainda condenam de modo veemente o tratamento que tem salvo inúmeras vidas. Transtorno do humor, catatonia, depressão com risco de suicídio, resistentes a qualquer terapêutica, têm conseguido sobreviver à custa do eletrochoque".

Segundo ele, não se faz choque sem avaliação clinica, cardiológica, ortopédica e a aplicação é feita com anestesista e psiquiatra presentes.

"O Eletrochoque hoje é tratamento ambulatorial. Aqui na Saint Roman não somos apologistas da eleição deste tratamento em primeira opção e sugerimos que a equipe psiquiátrica discuta e indique a terapia em conjunto. Sempre defendemos que as internações involuntárias sejam amparadas pela avaliação de três psiquiatras. O mesmo vale para avaliação para tratamento do eletrochoque (ECT)".

Internação de crianças e adolescentes

Durante 15 anos, Dr. Licinio Ratto realizou tratamento de crianças e adolescentes em regime de internação, Hospital Dia e Ambulatório. Ele informa que não apoia a internação deles em hospitais psiquiátricos de adultos, salvo em condições em que espaços e equipes especializadas tenham condições de exercer um programa terapêutico.

"É muito fácil criticar esta internação, mas se avaliarmos as condições sociais destes pacientes, vamos encontrar famílias sem condições de trazer o filho durante uma ou duas vezes por semana para tratamento. Todos os problemas e programas de reforma psiquiátrica , especialmente na previdência social, foram levantados há mais de 30 anos. As ações sugeridas sempre esbarraram na questão financeira / econômica do pais".

Sobre a Saint Roman

Quando idealizou a Casa de Saúde Saint Roman em 1966, Dr. Licínio Ratto vislumbrava um atendimento psiquiátrico que garantisse a pacientes e suas famílias o retorno ao convívio social. O sucesso da sua filosofia está associada ao modelo implantado envolvendo equipes multidisciplinares. Durante o período de 1971 a 1985 a Saint Roman prestava atendimento exclusivo a crianças e adolescentes, através do SUS. Em maio de 1985 inaugurou o Serviço Psiquiátrico de Internação Particular, destinado somente a adultos.

Durante durante todos esses anos, a Saint Roman aprimorou e passou a oferecer um atendimento personalizado e humanizado aos pacientes e familiares no tratamento dessas patologias, dentro de uma estrutura de excelência, seja nos serviços de internação e ambulatorial, se consolidando com centro de referência nos atendimentos psiquiátrico e dependência química.

A Clínica acredita na melhor qualidade de vida dos pacientes e familiares através de uma filosofia multiprofissional no tratamento dessas patologias e investe num trabalho voltado para a integração e a solidariedade dos profissionais que formam sua equipe.