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Administradores Hospitalares devem assumir papel de agentes transformadores

Article-Administradores Hospitalares devem assumir papel de agentes transformadores

Administradores Hospitalares devem assumir papel de agentes transformadores

No próximo sábado, dia 14 de julho, é comemorado o Dia do Administrador Hospitalar, em reconhecimento aos mais de 20 mil profissionais brasileiros que se dedicam, diariamente, a realizar a gestão em saúde. A data também remete a São Camilo de Léllis, considerado para os católicos, o santo protetor dos enfermos e dos hospitais.

A celebração propicia a discussão do papel dos hospitais nos dias de hoje, cuja função tem ido muito além do ato de recuperar a saúde das pessoas, em um momento em que a área de saúde passa por grandes transformações. “Durante muito tempo, o hospital não se preocupava com seu entorno e ao administrador cabia, apenas, a função de planejar, coordenar e controlar as atividades de gestão hospitalar. Hoje, o papel desse profissional é muito mais abrangente, até pela nova função que o hospital impõe, o de atender às necessidades da comunidade em que está inserido”, defende Danilo Oliveira da Silva, diretor de Operações da Pró-Saúde, uma das maiores entidades de gestão hospitalar do País, com mais de 50 anos de atuação.

Segundo o especialista, todo o sistema de saúde, incluindo os hospitais, deve focar em um modelo de assistência embasado na prevenção e promoção da saúde. “Em um dos hospitais sob gestão da Pró-Saúde no Estado do Pará, por exemplo, constatou-se um número elevado de atendimentos na emergência da unidade, oriundos de acidentes de transito. A direção do Hospital, em parceria com o Departamento de Trânsito e Secretaria de Saúde, desenvolveu uma campanha de sensibilização e prevenção, para, periodicamente, alertar os motoristas sobre riscos e consequências dos acidentes de trânsito. O impacto foi notado nas primeiras edições da campanha, gerando uma economia de recursos públicos com redução no número de atendimentos na unidade em decorrência de acidentes de trânsito. Neste novo cenário, a unidade continua sendo um hospital, mas assume o papel de ser um agente transformador”, complementa.

Além da implementação de novos processos e serviços, Oliveira defende um novo modelo de remuneração focado em metas qualitativas e nos resultados assistências, com o objetivo de reduzir desperdícios e melhorar eficiência.

Profissionalização é o caminho

Para alcançar a maturidade na gestão hospitalar, o diretor de Operações da Pró-Saúde destaca a profissionalização da gestão com uso de novas metodologias visando o alcance de resultados financeiros e sociais.

Na prática, a profissionalização leva a eficiência operacional e assistencial, em especial na área pública. “Com eficiência é possível reduzir custos e, com o mesmo recurso e qualidade, atender mais pessoas, facilitando o acesso ao sistema de saúde”.

Para atender a essas novas demandas, o gestor hospitalar tem buscado cada vez mais qualificação para dar conta da complexidade de gerir essas instituições.

“Temos várias empresas distintas trabalhando dentro de um hospital, como: farmácia, limpeza, nutrição e centro cirúrgico. E com processos complexos, tendo como principal atores as pessoas. Por isso é que dizemos que o hospital é, sem dúvida, uma das organizações mais complexas já criadas pelo ser humano. O profissional à frente dessas instituições precisa de um conhecimento que vai além da medicina”, salienta o diretor da Pró-Saúde, que tem sob a sua alçada a administração de cerca de 40 unidades hospitalares em dez Estados brasileiros.

Sobre o SUS, um dos maiores sistemas de saúde do mundo, que completa três décadas neste ano, Oliveira destaca que “o SUS é um modelo com muitos pontos positivos, que serve inclusive de referência para outros países, mas ainda sofre de dois problemas crônicos: falta de gestão e de investimentos. A saúde não tem preço, mas tem um custo e precisamos gerenciar este custo de maneira eficiente, sem esquecer das pessoas que são atendidas”. Para Oliveira, o administrador hospitalar com uma visão técnica, sistêmica e humanizada pode contribuir muito para melhorar cada vez mais o sistema único de saúde, que apesar de todos os pontos positivos e negativos, hoje é essencial na vida de milhões de brasileiros.