O Hospital do Rocio, de Campo Largo, ganha, a partir deste ano, o reforço de estudantes dos cursos de Medicina, Nutrição, Enfermagem, Fisioterapia e Biomedicina da Universidade Positivo (UP). Com 1,2 mil leitos e uma nova sede moderna, inaugurada em agosto de 2014, a instituição é especializada em atendimentos de média e alta complexidade - referência nacional em neurocirurgia, cirurgia cardíaca e cirurgia bariátrica. De acordo com o diretor de Ensino do Hospital do Rocio e professor da Universidade Positivo, Samir Alebark, a presença dos acadêmicos no ambiente hospitalar deve agilizar os atendimentos. Atualmente, a instituição responde por 600 pacientes por dia e espera realizar 20 mil consultas por mês a partir de março do ano que vem, quando o ambulatório for inaugurado.
Alebark afirma que a parceria é favorável não só às duas instituições, mas à sociedade. "Trata-se de um hospital com capacidade para receber pacientes tanto da Região Metropolitana, quanto de Curitiba. Desta forma, cria-se uma responsabilidade social, evitando o aumento da fila de espera por atendimentos ou de leitos", explica. "Além disso, a presença dos acadêmicos aumenta o número de profissionais responsáveis por atender a população, sob a supervisão de professores ou preceptores, auxiliando em sua formação", ressalta.
Com 55 mil m2 e mais de R$ 200 milhes em investimento, o hospital apresenta estrutura completa. Dos 1,2 mil leitos, 856 são de enfermaria - com 39 suítes. Além disso, estão previstos 305 leitos de UTI, sendo 105 deles no setor neonatal. O corpo clínico conta com mais de 500 profissionais e o atendimento é direcionado, quase em sua totalidade (97%), para o Sistema Único de Sade (SUS). "Trata-se uma instituição estratégica para o Estado, por ser referência dos programas Mãe Paranaense e Rede Paraná Urgência e pela oferta de grande parte dos leitos ao SUS", afirma o secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo.
Além do aumento da capacidade de atendimento para a população, especialmente da Grande Curitiba, Alebark ressalta a importância da parceria para as duas instituições. "Para a Universidade Positivo, trata-se de mais um campo para o estágio dos acadêmicos, complementando sua formação", afirma. "Para o Hospital, por outro lado, consegue-se fechar os quatro pontos cardeais para se transformar definitivamente em um Hospital de Ensino: gestão, assistência ao paciente, ensino e pesquisa", diz. Os Hospitais de Ensino são entendidos como de fundamental importância pelo Ministério da Saúde, especialmente em atendimentos de alta complexidade, formação de recursos humanos, desenvolvimento de pesquisas e incorporação de novas tecnologias.
Os estudantes dos cursos da área de saúde da Universidade Positivo já atuavam em unidades hospitalares na cidade de Curitiba, como o Hospital Pequeno Príncipe, Hospital do Trabalhador, Hospital Erasto Gaertner, Hospital de Olhos do Paraná, Hospital Nossa Senhora das Graças e Hospital da Cruz Vermelha, sendo que, nesse último, no centro de Curitiba, onde atuam mais de 300 alunos anualmente, houve ampliação da área construída. A parceria com o Hospital do Rocio é mais recente e amplia as parcerias para a Região Metropolitana, sendo que a Universidade passa a ser parceira do hospital no binômio assistência-educação, o que fortalece o papel social de ambas as instituições.
Peso acadêmico
Inicialmente, os estudantes em estágio mais avançado dos cursos - em Medicina, por exemplo, serão os alunos do sexto ano - serão deslocados para participarem do dia a dia do Hospital do Rocio. "Os acadêmicos do sexto ano tem um grau avançado de autonomia e sempre atuam sob a superviso de um docente ou de um preceptor do hospital. Essa orientação e acompanhamento auxilia na formação do estudante, que pode ajudar em procedimentos mais simples, como suturas, por exemplo", esclarece Ipojucan Calixto Fraiz, coordenador do Curso de Medicina da UP.
Além de auxiliar em atendimentos, o Hospital conta com sala de aula e auditório para a realização de eventos em parceria entre as instituições. Desde o início de 2014, cerca de 25 estudantes do curso de Medicina já participaram de um módulo de clínica cirúrgica dentro do hospital. Em 2015, essa dinâmica de aprendizado será mais recorrente. "Estar presente em um hospital que atende o SUS faz com que os estudantes e professores estejam no local em que deveriam estar, integrados tanto à formação profissional quanto aos anseios da população", diz Fraiz.
