De acordo com o Ministério da Saúde, as doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 30% das mortes registradas no Brasil anualmente. Esta taxa equivale a mais de 308 mil óbitos. A arritmia cardíaca é uma doença caracterizada pelo batimento irregular do coração, o que causa batidas mais rápidas ou mais lentas. Esse mal pode provocar graves consequências ao corpo, como insuficiência cardíaca e até mesmo um acidente vascular cerebral (AVC).

O cardiologista do Hospital do Coração do Brasil, Dr. Wing Harrison Carvalho Lima, explica que o ritmo dos batimentos do coração é determinado por estímulos elétricos das células cardíacas. “Qualquer alteração no ritmo do batimento cardíaco é considerada uma arritmia. Quando o paciente sente que os batimentos perderam a harmonia, estão mais rápidos ou mais lentos, deve procurar um especialista”, afirma.

O médico ressalta que as batidas lentas ou muito rápidas podem causar insuficiência cardíaca, ou seja, o coração não consegue bombear o sangue de forma correta para todo o corpo, podendo acarretar cansaço, falta de ar ou até uma parada cardíaca. Já a arritmia caracterizada por batimentos mais rápidos, causa danos com o passar do tempo, deixando o músculo cardíaco fraco, por realizar um esforço maior para circulação do sangue.

As causas desta doença estão relacionadas a problemas adquiridos ou congênitos. Neste último, a pessoa nasce com uma alteração na parte elétrica do coração. Entretanto, a arritmia, também, pode se desenvolver devido a traumas sofridos pelo coração, como infartos, quimioterapia, radioterapia ou a alterações hormonais causadas por distúrbios em glândulas como a tireoide. “As lesões no músculo ou no sistema elétrico do coração afetam diretamente as células que estimulam a contração do músculo cardíaco, descompassando o ritmo dos batimentos”, destaca Dr. Wing.

Ele acrescenta que isso pode ocasionar um AVC. “Os batimentos cardíacos descompassados aumentam as chances de formação de coágulos no sangue. Essas estruturas sólidas podem obstruir a passagem de sangue nas artérias cerebrais, causando o AVC, conhecido popularmente como derrame”, alerta.

O tratamento das arritmias varia de acordo com o grau da doença. Pode ser feito por meio de medicação ou, em casos específicos, o paciente deve ser submetido a um procedimento invasivo, conhecido como ablação. “Nesta última alternativa, quando o ritmo do coração é alterado por uma deformidade do músculo ou das células que enviam o estímulo, é feito um procedimento para cauterizar o local afetado”, finaliza o especialista.