A Inteligência Artificial (IA) vem se consolidando como uma ferramenta estratégica na área da saúde, contribuindo para maior eficiência, segurança e personalização no atendimento. Esse foi o foco do debate que encerrou a primeira Jornada Digital Anahp de 2025, realizada na última quinta-feira (27), com destaque para o impacto da IA na eficiência operacional das instituições de saúde. 

O evento, que reuniu 590 participantes online, ressaltou que, apesar dos benefícios, a implementação da IA exige planejamento, integração cuidadosa e supervisão contínua. “A IA, por si só, não resolve problemas. O grande desafio é integrá-la ao ambiente hospitalar sem criar barreiras para os profissionais”, afirmou Marco Bego, diretor-executivo do Instituto de Radiologia do HCFMUSP. Ele destacou que um dos principais desafios no InRad foi adaptar a IA aos sistemas legados dos hospitais, garantindo que sua implementação não comprometesse fluxos já estabelecidos. 

IA como apoio ao atendimento humanizado 

Um dos receios mais comuns sobre a IA na saúde é o risco de tornar o atendimento mais impessoal ou substituir o papel dos médicos. No entanto, os especialistas enfatizaram que a tecnologia deve atuar como ferramenta de apoio, permitindo que os profissionais tenham mais tempo para o contato humano. “Quando bem aplicada, a IA melhora a relação médico-paciente. Ela assume tarefas burocráticas, permitindo que os profissionais foquem no que realmente importa: o cuidado”, destacou Felipe Cabral, gerente médico de Saúde Digital do Hospital Moinhos de Vento, que moderou o debate. 

Previsibilidade e segurança no ambiente hospitalar 

Os participantes também ressaltaram o papel dos modelos preditivos baseados em IA na gestão hospitalar, permitindo antecipar picos de atendimento, ajustar escalas de trabalho e prever necessidades de internação. “Quando conseguimos antecipar a demanda, ganhamos eficiência e qualidade. A IA nos dá previsibilidade e reduz desperdícios operacionais”, explicou Victor Gadelha, Head de Educação, Pesquisa e Inovação da Dasa. 

Essa perspectiva foi reforçada por Vitor Ferreira, CIO do Sabará Hospital Infantil, ao destacar o uso da IA no monitoramento de prontuários eletrônicos para identificar padrões que indicam riscos ao paciente, como interações medicamentosas perigosas ou sinais precoces de deterioração clínica. “A IA é um apoio essencial para a segurança do paciente. Ao cruzar dados em tempo real, conseguimos agir antes que um evento adverso aconteça”, pontuou. 

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