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X, o braço de criatividade radical da Alphabet

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“Nós celebramos os colaboradores pela qualidade do experimento que eles executam, em vez da resposta sim ou não ao final. Se houver uma recompensa pela conclusão em vez da jornada do experimento, a inovação está morta”, disse Astro Teller, CEO da X em um podcast para a Harvard Business Review.

Para os que não conhecem, a X é a empresa da Alphabet (companhia-mãe do Google) que tem como objetivo resolver, a longo prazo, os grandes problemas do mundo com soluções tecnológicas. A “fábrica de moonshots”, como também é conhecida, tem uma cultura ousada, o que na visão de Astro, cria o mix perfeito para resultados de sucesso.

Após uma década de funcionamento, a X coleciona tanto projetos descontinuados, quanto spin-offs bem-sucedidos como a Waymo, sobre carro autônomos, Verily, sobre ciências da vida e a Brain, sobre AI e machine learning, para citar. Curiosamente, a X foi criada porque em 2010, os fundadores do Google acreditaram que a empresa não era inovadora o suficiente. Há dez anos, o Google estava em um ritmo de crescimento incrível e possuia os colabores mais brilhantes do mercado, o qual dedicavam 20% do seu tempo para terem ideias e trabalharem em projetos pessoais.

Segundo Astro, foram analisadas provavelmente 2.000 idéias na última década com alguma seriedade e tempo de trabalho dedicado. A taxa média de sucesso dos projetos é 1%, ou seja, a imensa maioria deles falha. “Na X nós pensamos: se você leva a sério a inovação sabe que tem sorte em ter uma taxa de 1%. A questão é com que eficiência vamos descobrir o que não funciona?” explica o CEO. Há uma inversão da lógica tradicional de negócio. Na X o trabalho é encontrar o mais rápido possível o calcanhar de Aquiles dos projetos. “Estamos inovando na experiência de declinar os 99%, e ficar com 1%, que é um efeito colateral”

Na cultura de criatividade radical adotada pela X, as falhas dos colaboradores são um resultado inerente ao processo. Astro se descreve como um engenheiro de cultura organizacional e diz que as pessoas respondem, até inconscientemente, à certo sinais de como a empresa gostaria que elas se comportassem. Ele diz que o edifício onde a X está hoje, era um shopping antigamente, e existe um grafite na parede. Se houvesse um painel de mogno, a mensagem seria de que há uma valorização do polimento, mas não. A X é um lugar de trabalho em andamento, de aprendizado e iteração.

“‘Estamos tentando dar às pessoas o espaço para pensar de maneira diferente do resto do mundo. E pensar de maneira diferente uma da outra deve ser celebrado. Mas também precisamos moldar isso de maneira que não controle ou sufoque a sua criatividade, para que possamos gerenciar esse caos e obter os benefícios”

Dentre os cinco princípios básicos da empresa estão: a iteração, a mudança de perspectiva, a tomada de decisão prudente, a avaliação concreta e o reforço da cultura organizacional. Sobre a avaliação concreta, Astro explica que o relatório consiste em uma apresentação verbal trimestral sobre o que foi dito que seria feito, como aconteceu e o que se aprendeu com isso.

Astro diz que os projetos inovadores desenvolvidos pela empresa são resultado de pessoas brilhantes trabalhando dentro da cultura proposta e da diversidade da X. “Se nós só tivéssemos homens brancos em seus 40 anos, focados em tecnologia, mesmo se fossem excelentes pessoas, há um viés e uma limitação em como eles enxergam o mundo. Mas se trazemos diversidade, de gênero, de raça, socioeconômica, geográfica e de background, eles podem nos ajudar a encontrar oportunidades potenciais que ninguém estava prestando atenção”. Ele ainda explica que todos recebem um treinamento sobre ética e vocabulário para que possam conversar e desacordar de modo que todos se entendam.

Para ele, outros negócios podem seguir os passos da X, e passa muito mais por ter uma estratégia de apoio de negócio com o board, do que alguma fórmula mágica. O CEO conta que em uma situação na qual se pudesse criar uma unidade de valor para o seu business ou criar centenas, com a possibilidade de 1% dar certo, todos escolheriam a primeira opção. “É preciso ter estômago para isso” e continua, “as empresas não precisam de uma palestra sobre inovação, precisam de um gestor como Larry Page e Sergey Brin foram para mim na X”.

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