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Wearables esbarram em regulação

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- Shutterstock
Regulamentação precisa avançar para que dados gerados por dispositivos vestíveis possam diminuir custos

Recentemente, a Apple anunciou uma parceria com a Humana para permitir que os consumidores partilhem dados com o Apple HealthKit, seu serviço de bem-estar, por meio do aplicativo Humana Vitality. Em troca, os usuários receberão incentivos financeiros para terem um comportamento saudável, tais como descontos nas mensalidades dos planos de saúde. 

O HealthKit reúne dados de bem-estar através de diferentes wearables (dispositivos vestíveis) e apps, permitindo aos consumidores acompanhar e partilhar informações como atividades físicas, calorias queimadas, leituras do ritmo cardíaco e outros dados.

A promessa é que à medida que adoção de wearables aumente e as seguradoras de saúde utilizem cada vez mais dados biométricos, tanto os consumidores quanto a indústria possam ser beneficiados com melhores resultados de saúde e custos mais baixos.

Obstáculos


No entanto, esse avanço na saúde não acontecerá a menos que reguladores do setor alinhem suas discussões pautados pelos avanços da tecnologia. Agora que as seguradoras têm a capacidade de integrar esse fluxo de dados biométricos, o governo deve discutir regras mais modernas para endereçar tais questões.

Incentivar comportamentos saudáveis não é novidade para as companhias de seguros, de modo que algumas empresas já utilizam dados de dispositivos portáteis, como o Fitbit e o Jawbone, para oferecer recompensas para funcionários ativos e saudáveis. Além disso, pesquisas recentes mostram que já significante a parcela de pessoas que aceitariam utilizar um dispositivo de monitoramento de atividades física se isso significasse a possibilidade de diminuir o valor dos seguros de saúde.

Com a proliferação das tecnologias wearable, as seguradoras teriam acesso a uma quantidade sem precedentes de dados de alta qualidade que podem ser utilizados para incentivar e monitorar um comportamento saudável, melhorando assim a saúde dos usuários e reduzindo os custos. Considerando que a maioria da população não se exercita o quanto é recomendado pelos médicos, o mercado de seguradoras de saúde está em atraso para esse tipo de disrupção.

Informações pessoais identificáveis podem ser extraídas a partir desses dados para permitir uma série de oportunidades de análise, incluindo o monitoramento em tempo real de doenças para ajudar a salvar vidas e protegendo, ao mesmo tempo, a privacidade. Para garantir que os dados sejam representativos de toda a população, o governo deve promover o acesso aos wearables para garantir que todos os cidadãos consigam se beneficiar com a redução dos custos de saúde.

No mundo dos seguros, a correlação entre certas características e comportamentos de saúde e custos dos sinistros são a justificativa para o investimento, já que hábitos como tabagismo, aumentam custos médicos, enquanto outros, como exercitar com frequência e comer de forma saudável, reduzem a probabilidade do usuário precisar de atenção médica. As seguradoras podem utilizar esses dados demográficos da melhor maneira para analisar comportamentos dentro de sua base e, nesse sentido, precificar seus planos.

Esses parâmetros podem ajudar a alcançar maior precisão na definição do custo dos riscos. As seguradoras de automóveis, por exemplo, já têm utilizado dados individuais em tempo real durante anos para estabelecer preços com mais precisão por meio de dispositivos de monitoramento instalados nos veículos que gravam e transmitem dados em tempo real sobre as atividades do condutor. Ao analisar esses dados, elas premiam bons comportamentos de condução com a redução de preços.

Muitos desses benefícios também são possíveis de ser aplicados para os seguros de saúde. Reguladores e seguradoras devem trabalhar juntos para pilotar um sistema que permita que os dados capturados pelos wearables sejam capazes de definir melhor os preços dos serviços com base no comportamento de um indivíduo. Além disso, reguladores poderiam monitorar esses mesmos dados para evitar reajustes de preços discriminatórios ou desleais. Contudo, para que isso seja possível, é fundamental avançar para uma regulamentação que permita que seguradoras explorem todo o potencial desta nova tecnologia e que os consumidores colham os benefícios.


Fonte: InformationWeek EUA | Joshua New; replicado pelo portal IT Forum 365