A revolução digital na saúde é o processo de digitalização das atividades médicas, por meio das novas tecnologias, permitindo a realização de consultas online, análises de imagens por IA e agendamento de consultas online. Saiba mais!

A revolução digital no setor de saúde está redefinindo o cenário dos cuidados médicos no mundo, proporcionando avanços significativos e enfrentando desafios antigos do setor.

Dois estudos recentes do Boston Consulting Group (BCG) – The Future of Digital Health 2024 e Transforming Healthcare: navigating digital health with a value-driven approach, em parceria com o World Economic Forum – destacam as principais transformações e impactos positivos da tecnologia na saúde em 2024 e ao longo dos próximos anos.

Mas para entendermos bem os resultados dessas pesquisas, é bom entendermos o que é a revolução digital na saúde, não é verdade? Então continue com a gente que nós vamos te explicar!

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O que é a revolução digital na saúde?

A revolução digital da saúde é o processo de digitalização de processos do setor, desde questões burocráticas como agendamentos e coleta de informações do paciente, até pontos mais práticos como a análise de dados, diagnóstico e até mesmo a realização da consulta.

Esses processos ajudam a otimizar o tempo e reduzir os custos das clínicas e hospitais, tornando-os mais eficientes tanto no tratamento e atendimento do paciente, quanto financeiramente. Exemplos práticos de processos de digitalização na saúde são o uso de softwares de gestão, agendamento de consultas online, realização de consultas online ou uso de prontuários eletrônicos.

A implementação dessas novas tecnologias permite uma reorganização das instituições e profissionais da saúde, repensando sua cultura de trabalho e simplificando processos, afim de tornar tudo mais eficiente.

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O que dizem os estudos?

Os insights indicam que as mudanças em curso estão sendo marcadas pela era da inteligência artificial (IA) e da inteligência artificial generativa (GenAI), que estão possibilitando aprimorar a eficiência, produtividade e acesso à saúde. A personalização dos cuidados médicos e a promoção da autonomia das pessoas em relação à própria saúde são características preponderantes deste novo cenário da saúde.

A pesquisa do BCG aponta que equipamentos vestíveis (wearable) e dispositivos médicos inteligentes para cuidados em casa serão cada vez mais frequentes, especialmente para pacientes com doenças crônicas e em pós-operatório. Empresas de seguros, por sua vez, também aumentarão os incentivos ao uso desses dispositivos, subsidiando sua distribuição para coletar dados de saúde em tempo real.

Os especialistas do BCG atestam que o constante fluxo de informações de dispositivos médicos inteligentes, vai impulsionar a eficácia dos grandes modelos de linguagem (large language models, em inglês, LLMs). LLMs aprimorados estão abrindo caminho para consultas virtuais altamente qualificadas disponíveis 24 horas, 7 dias por semana, gerando sugestões de melhores caminhos de tratamento e prevenção e aliviando a carga administrativa em hospitais, especialmente em um momento sem precedentes de escassez de profissionais. A World Health Organization (WHO) prevê uma falta de até 10 milhões de profissionais de saúde qualificados no mundo todo em 2030.

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Quais os benefícios da revolução digital na saúde?

A digitalização dos processos da área de saúde contribui para a eficiência das clínicas e hospitais, além de melhorar a experiência dos pacientes ao reduzir filas e burocracias.

Quer conhecer cada um dos seus principais benefícios? Então continue com a gente!

Melhora da experiência do cliente

Um dos pensamentos mais comuns das pessoas quando se fala em consultas médicas, é o longo período de espera até a realização do atendimento. Sendo justo, ninguém gosta de ficar sentado no consultório esperando, sem contar o gasto de tempo com deslocamento.

Uma das principais vantagens da revolução digital na saúde, é a possibilidade de agendamentos digitais e até mesmo a realização de consultas online, que ajudam a encurtar o gasto de tempo do paciente. Além disso, outros processos burocráticos como o acesso aos dados do paciente também ficarão mais ágeis, podendo reduzir o tempo das consultas.

Integração das áreas

O uso de registros digitas permite a unificação dos dados do paciente em um único prontuário eletrônico, que pode ser acessado por diferentes profissionais médicos durante a consulta.

Ou seja, uma pessoa inicialmente atendida em uma clínica geral, ao ser encaminhada para um especialista, terá as suas informações e histórico médico disponibilizados de forma muito mais prática para o novo profissional responsável.

Além dos benefícios para o paciente, essa tecnologia também facilita o trabalho do médico e pode até mesmo reduzir o tempo das consultas, evitando atrasos e filas no consultório.

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Automação de processos

Olhando para a parte mais administrativa de uma clínica ou hospital, a incorporação dessas novas tecnologias também pode trazer benefícios. Por meio de softwares de gestão especializados na área da saúde, é possível automatizar tarefas repetitivas da rotina, permitindo que esse tempo e mão de obra sejam usados em outras atividades.

Além disso, por se tratar de um robô executando essas tarefas, as chances de erros e atrasos se reduz drasticamente, além da redução de custos operacionais.

Autonomia dos pacientes

Com as tecnologias vestíveis da saúde, conhecidas como wearables, os indivíduos hoje têm plena capacidade de monitorar os seus sinais vitais de forma frequente, além de tomar a medicação com muito mais precisão, já que os dispositivos eletrônicos podem avisá-los do horário.

Além disso, a digitalização dos processos permite os próprios pacientes consultem a agenda dos profissionais da saúde, e realizem, por conta própria, o agendamento das consultas nos horários vagos.

Maior precisão dos diagnósticos

O uso de todas as tecnologias que já citamos, por si só, já facilita o trabalho do médico na coleta de dados sobre o paciente para a realização dos diagnósticos, mas as coisas não param por aí. 

Além de equipamentos mais modernos, as novas tecnologias também permitem o uso de IA para fazer análises de imagens de exames, como ultrassons, imagens radiológicas ou ressonâncias magnéticas. Tudo isso contribui para um diagnóstico mais seguro, preciso e consideravelmente mais rápido.

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Quais são as novas tecnologias digitais da saúde e quais as suas aplicações?

Para usufruir de todos os benefícios da revolução digital na saúde, é preciso conhecer e implementar as novas tecnologias que tem surgido no setor. Mas você sabe quais são elas? E como elas podem se aplicadas? Continue com a gente que nós vamos te contar!

Telemedicina

A telemedicina é a realização de consultas e atendimentos médicos a distância. Ou seja, diagnósticos, orientações, prescrição de remédios e até medicamentos acontecem de forma remota.

Esse tipo de atendimento se popularizou durante a pandemia, e com o uso das salas virtuais, celulares e computadores, se tornou uma ferramenta extremamente prática para a realização de consultas médicas. Com a Lei nº 13.989, aprovada em 2020, esse tipo de consulta foi regulamentada e passou a permitir a validação de receitas com assinaturas eletrônicas.

Inteligência artificial

Outro uso fundamental das novas tecnologias no setor de saúde em 2024 é nas plataformas impulsionadas por IA para oferecer suporte à saúde mental. “Agentes de conversação estão sendo treinados para identificar sinais de depressão ou angústia. Essas ferramentas podem ser integradas a dispositivos diários, como smartphones ou assistentes virtuais, conectando indivíduos a terapeutas humanos quando necessário”, afirma Filipe Mesquita, diretor executivo e sócio do BCG. Além disso, as aplicações em saúde mental devem ser cada vez mais especializadas, como no apoio a pacientes crônicos ou em situações de luto e perda.

Apesar de todo o potencial que as ferramentas digitais e a IA têm, ainda existem muitos aspectos que precisam ser melhorados para que as aplicações tecnológicas realmente atuem como facilitadoras do setor de saúde. Entre eles estão a equidade social nos cuidados, investimento nos profissionais da área e melhoria no acesso a medicamentos e dispositivos.

Segundo Mesquita, a maioria dos sistemas de saúde ainda têm infraestrutura de tecnologia da informação (TI) fragmentada, incompatível com os padrões de dados, e formas inadequadas de compartilhar essas informações, fazendo com que o segmento fique atrás de muitos outros setores em termos de maturidade digital.

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Internet das coisas

A IoT (Internet das Coisas) é a tecnologia que permite o acesso de aparelhos a internet. A implementação dessas ferramentas em equipamentos de saúde, permite o envio de dados sobre os sinais vitais e monitoramento de paciente com muito mais precisão.

O uso dessa tecnologia permite um monitoramento completo do estado de saúde do indivíduo, ajudando no tratamento de doenças como hipertensão, diabetes e outras doenças crônicas.

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Quais os grandes desafios da revolução digital na saúde?

Apesar dos inúmeros benefícios, essas novas ferramentas tem como seu principal desafio fazer com que profissionais da área e pacientes comecem a utilizá-las. Seja por desconfiança ou dificuldade com o uso das tecnologias, muitas pessoas no setor demoram ou resistem a aplicá-las no seu dia a dia. 

Além disso, é preciso que as leis e regulamentações acompanhem também os avanços tecnológicos, como no caso da telemedicina que já existe desde a década de 90, mas só foi regulamentada em 2020.

Por fim, com tanta digitalização, é fundamental que médicos, hospitais e clínicas invistam em cibersegurança, para garanti a integridade dos seus sistemas e a segurança dos dados dos pacientes.

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