faz parte da divisão Informa Markets da Informa PLC

Este site é operado por uma empresa ou empresas de propriedade da Informa PLC e todos os direitos autorais residem com eles. A sede da Informa PLC é 5 Howick Place, Londres SW1P 1WG. Registrado na Inglaterra e no País de Gales. Número 8860726.

Revolução digital na saúde: perspectivas para 2024

Article-Revolução digital na saúde: perspectivas para 2024

Saúde da mulher .jpg
Estudos do BCG destacam o impacto da inteligência artificial e dispositivos vestíveis na transformação dos cuidados de saúde.

A revolução digital no setor de saúde está redefinindo o cenário dos cuidados médicos no mundo, proporcionando avanços significativos e enfrentando desafios antigos do setor. Dois estudos recentes do Boston Consulting Group (BCG) – The Future of Digital Health 2024 e Transforming Healthcare: navigating digital health with a value-driven approach, em parceria com o World Economic Forum – destacam as principais transformações e impactos positivos da tecnologia na saúde em 2024 e ao longo dos próximos anos.

Os insights indicam que as mudanças em curso estão sendo marcadas pela era da inteligência artificial (IA) e da inteligência artificial generativa (GenAI), que estão possibilitando aprimorar a eficiência, produtividade e acesso à saúde. A personalização dos cuidados médicos e a promoção da autonomia das pessoas em relação à própria saúde são características preponderantes deste novo cenário da saúde.

A pesquisa do BCG aponta que equipamentos vestíveis (wearable) e dispositivos médicos inteligentes para cuidados em casa serão cada vez mais frequentes, especialmente para pacientes com doenças crônicas e em pós-operatório. Empresas de seguros, por sua vez, também aumentarão os incentivos ao uso desses dispositivos, subsidiando sua distribuição para coletar dados de saúde em tempo real.

Os especialistas do BCG atestam que o constante fluxo de informações de dispositivos médicos inteligentes, vai impulsionar a eficácia dos grandes modelos de linguagem (large language models, em inglês, LLMs). LLMs aprimorados estão abrindo caminho para consultas virtuais altamente qualificadas disponíveis 24 horas, 7 dias por semana, gerando sugestões de melhores caminhos de tratamento e prevenção e aliviando a carga administrativa em hospitais, especialmente em um momento sem precedentes de escassez de profissionais. A World Health Organization (WHO) prevê uma falta de até 10 milhões de profissionais de saúde qualificados no mundo todo em 2030.

Outro uso fundamental das novas tecnologias no setor de saúde em 2024 é nas plataformas impulsionadas por IA para oferecer suporte à saúde mental. “Agentes de conversação estão sendo treinados para identificar sinais de depressão ou angústia. Essas ferramentas podem ser integradas a dispositivos diários, como smartphones ou assistentes virtuais, conectando indivíduos a terapeutas humanos quando necessário”, afirma Filipe Mesquita, diretor executivo e sócio do BCG. Além disso, as aplicações em saúde mental devem ser cada vez mais especializadas, como no apoio a pacientes crônicos ou em situações de luto e perda.

Apesar de todo o potencial que as ferramentas digitais e a IA têm, ainda existem muitos aspectos que precisam ser melhorados para que as aplicações tecnológicas realmente atuem como facilitadoras do setor de saúde. Entre eles estão a equidade social nos cuidados, investimento nos profissionais da área e melhoria no acesso a medicamentos e dispositivos.

Segundo Mesquita, a maioria dos sistemas de saúde ainda têm infraestrutura de tecnologia da informação (TI) fragmentada, incompatível com os padrões de dados, e formas inadequadas de compartilhar essas informações, fazendo com que o segmento fique atrás de muitos outros setores em termos de maturidade digital.

Saúde da mulher terá destaque em 2024 

Nos últimos anos, o BCG identifica casos de sucesso de empresas que aplicaram IA na saúde reprodutiva de mulheres, proporcionando avanços significativos em áreas como fertilidade, gravidez e saúde pós-parto. A IA tem sido usada para prever a ovulação, monitorar a saúde fetal e fornecer suporte emocional durante a gravidez e o pós-parto. Essas inovações estão permitindo que as mulheres tenham um maior controle sobre sua saúde reprodutiva e bem-estar.

A IA também está sendo usada para melhorar a detecção e o tratamento de doenças específicas das mulheres, como o câncer de mama e o câncer de colo do útero. Algoritmos de aprendizado de máquina estão sendo treinados para identificar anormalidades em imagens médicas com precisão comparável ou superior à dos radiologistas humanos, possibilitando diagnósticos mais precoces e tratamentos mais eficazes.

No entanto, apesar desses avanços, ainda existem desafios significativos a serem superados. A inclusão de mulheres em ensaios clínicos e a consideração das diferenças de gênero na pesquisa e desenvolvimento de medicamentos são áreas que precisam de atenção. Além disso, a acessibilidade e a equidade no acesso a essas novas tecnologias para todas as mulheres, independentemente de sua localização geográfica, status socioeconômico ou raça, são questões críticas que precisam ser abordadas.