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Quando ignorar um aplicativo móvel de saúde

Article-Quando ignorar um aplicativo móvel de saúde

Muito vem sendo escrito sobre o poder da tecnologia móvel para transformar o cuidado do paciente, e muitos desenvolvedores fabricaram  aplicativos que são realmente produtivos. Mas algumas vezes nosso entusiasmo pode nos cegar para o lixo que as pessoas continuam a baixar em seus tablets e smartphones.
Um exemplo do caso: iSAD, um aplicativo que alega reduzir os sinais e sintoma do Seasonal Affective Disorder (SAD -  Transtorno Afetivo Sazonal), uma forma séria de depressão que acomete as pessoas durante os meses do inverno. Apesar de haver evidências sólidas de que terapia de luz pode melhorar essa condição, não há possibilidades de um aplicativo que ilumina seu celular ter algum efeito na doença. Um iPhone 3G, por exemplo, gera apenas 200 lux (luxímetro) de luz, mas os pacientes que sofrem do mal precisam de pelo menos 2.000 lux para ter algum benefício.
Aplicativos, como esse, que alegam beneficiar pacientes com histórico de doenças depressivas se juntam a uma longa lista de ferramentas online sem base científica nenhuma para perda de peso, gerenciamento de estresse, e similares, como as que comentei em uma galeria de imagens intitulada "Is That Healthcare Website Making You Sick?" (Esse site de saúde está te deixando doente?)
Infelizmente, os consumidores não são os únicos que precisam ter cuidado. Médicos podem ficar tentados a carregar um aplicativo que à primeira vista facilita seu trabalho, como um aplicativo que permite a visualização de Raio-X ? o que não é uma boa ideia, considerando o tamanho da tela. Alguns especialistas recomendam até mesmo que essas imagens não sejam visualizadas em iPads por causa do tamanho da tela e da resolução relativamente baixa.
Toda essa crítica levanta uma questão: como você escolhe um aplicativo móvel de saúde que funcione? Aqui há três critérios a serem aplicados:
- Busque por pesquisas clínicas que deem suporte ao aplicativo. Muitos desenvolvedores não fizeram a lição de casa nem buscaram fatos médicos para testarem seus produtos. O aplicativo WellDoc Mobile Diabetes Management me vem à mente porque a empresa fez pesquisa para provar seu valor. Da mesma forma, os aplicativos classificados como dispositivos móveis pelo FDA (Food and Drug Administration) exigem testes rigorosos. O aplicativo de monitoramento fetal e cardíaco da AirStrip cai nessa categoria.
- Exija plausibilidade fisiológica. As afirmações feitas por qualquer aplicativo deve, no mínimo, ser coerentes com as leis da física e os fatos conhecidos sobre as funções do corpo. É difícil para um comprador  fazer esse tipo de julgamento, pois é preciso um conhecimento profundo da ciência da saúde. Se você não se sentir confortável, consulte um médico especialista de sua confiança.
- Não se apoie em evidências duvidosas. Depoimentos de atletas famosos e atores chamam a atenção, mas raramente dão provas de que um protocolo de tratamento ou um aplicativo móvel pode curar sua calvície ou acabar com sua depressão.
Isso dito, permitam que eu me contradiga. A história da medicina é repleta de cientistas inovadores que desenvolvem tratamentos de valor que funcionam e que são inicialmente condenados. Sem dúvida há aplicativos de saúde no mercado que caem nessa categoria. Podem não ter pesquisa clínica de apoio e não ter muito sentido conceitual, mas ainda assim funcionam.
Mas tais gênios não reconhecidos e seus aplicativos são poucos. A grande maioria dos aplicativos que chamam a atenção clama por uma boa dose de ceticismo.
Tradução: Alba Milena, especial para o Saúde Web.
 

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