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O que esperam as autoridades para agir no câmbio?

Article-O que esperam as autoridades para agir no câmbio?

Confira, na íntegra, análise do Instituto de Estudos de Desenvolvimento Industrial

Os dados da produção industrial no mês de setembro publicados hoje pelo IBGE, os quais fecham o terceiro trimestre deste ano, podem ser assim sumariados: no período julho-setembro, a produção recuou 0,5% com relação ao segundo trimestre de 2010, após apresentar variações de +4,2%, +2,9% e +1,2%, respectivamente, no quarto trimestre de 2009 e no primeiro e no segundo trimestres deste ano - todas as taxas calculadas com relação ao trimestre anterior a partir da série com ajuste sazonal.

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É nítida, portanto, a escada declinante do crescimento do setor industrial brasileiro na margem, isto é, trimestre após trimestre, até atingir um valor negativo no período julho-setembro. Vale observar que isso vem ocorrendo a despeito do inusitado e pujante crescimento do mercado interno consumidor, regido pela batuta do avanço do poder de compra da população, o qual reflete, por sua vez, não somente o aumento do rendimento médio real do trabalho mas também a maior disponibilidade de crédito às famílias.
Não se deve perder de vista que o resultado negativo da indústria como um todo em setembro (-0,2% frente a agosto, já considerado o ajuste sazonal) foi gerado por quase todos seus segmentos. No setor de bens intermediários, a produção recuou 0,5% e no de bens duráveis, 1,3%. A queda mais expressiva em setembro ocorreu na produção de bens de capital (-2,6%), a qual está refletindo claramente a concorrência do produto importado, já que os investimentos na economia não apresentam qualquer sinal de retração. A exceção foi o setor de bens semiduráveis e não duráveis, cuja produção aumentou 1,3%.
Outro ponto a considerar: os resultados da produção industrial em setembro já configuram um ciclo de retração. Com exceção do mês de julho, quando ocorreu uma pequena alta de 0,5%, a produção manufatureira vem recuando sistematicamente desde abril: -0,9% em abril, -0,2% em maio, -1,2% em junho, -0,2% em agosto e, agora, -0,2% em setembro (todas as taxas calculadas com relação ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal).
Na comparação trimestre contra trimestre imediatamente anterior com ajuste sazonal, a produção apresenta desaceleração, desde o último trimestre de 2009, em todos os segmentos da indústria nacional, chegando a taxas negativas no terceiro trimestre deste ano também em todos eles. No segmento de bens de capital, a evolução da produção do quarto trimestre de 2009 até o terceiro trimestre deste ano, nessa ordem, é a seguinte: 13,7%, 4,0%, 4,7% e -2,2%. No segmento de bens intermediários: 4,5%, 3,5%, 1,1% e -1,0%. Já nos segmentos produtores de bens duráveis e de bens semiduráveis e não duráveis, a evolução das taxas de variação da produção foram, respectivamente, do quarto trimestre de 2009 até o terceiro trimestre deste ano: 2,3%, 2,7%, -1,0% e -1,9% para o primeiro segmento e 2,2%, 3,5%, -0,6% e -0,7% para o segundo.
Categorias de Uso. Em setembro de 2010 em comparação ao mesmo mês do ano anterior, todas as categorias registraram variações positivas, exceto a categoria de bens duráveis (-0,2%), pressionada pelos setores de telefones celulares e eletrodomésticos. Os bens de capital foram o destaque (15,9%), com crescimento bem acima do total da indústria (6,3%). Neste segmento podemos destacar a produção do subsetor de bens de capital para equipamentos de transporte (28,1%), seguido de bens de capital para construção (78,5%), para fins industriais (22,7%) e agrícolas (33,6%). Os bens intermediários (5,9%) e consumo semi e não duráveis (5,8%) também apresentaram variações positivas.
No acumulado dos nove meses do ano, há crescimento generalizado entre as quatro categorias de uso. Os bens de capital (26,5%) mantêm a liderança, seguido por bens intermediários (14,2%) e bens de consumo duráveis (13,6%), todos com expansão acima da média nacional (13,1%). A produção de bens de consumo semi e não duráveis, com avanço de 6,5%, apontou o menor crescimento entre as categorias de uso.
Setores. Setorialmente, na passagem de agosto para setembro, a partir da série livre de efeitos sazonais, dos 27 setores pesquisados, 15 apresentaram queda. Assim, os destaques, por ordem de contribuição, foram: outros produtos químicos (-4,0%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (-11,0%), alimentos (-1,7%), metalurgia básica (-2,0%), veículos automotores (-0,9%) e refino de petróleo e produção de álcool (-1,5%). Já entre as atividades com aumento de produção, os melhores desempenhos foram edição e impressão (15,5%), farmacêutica (6,3%), indústrias extrativas (2,5%) e bebidas (4,0%).
Na comparação mensal (mês/mesmo mês do ano anterior), vinte e dois dos vinte e sete setores pesquisados exibiu resultados positivos, sendo que, os maiores avanços, por ordem de contribuição, foram: veículos automotores (19,8%), máquinas e equipamentos (13,1%), edição e impressão (17,6%), indústrias extrativas (13,5%) e alimentos (5,8%). Em sentido oposto, os destaques negativos foram: material eletrônico e equipamentos de comunicações (-16,9%) e outros produtos químicos (-3,2%).
Nos primeiros nove meses de 2010, colaborando para a expansão de 13,1% da indústria geral, com vinte e cinco ramos pesquisados apontando avanço na produção. Os destaques foram: veículos automotores (29,4%), máquinas e equipamentos (32,1%), metalurgia básica (23,9%), produtos de metal (28,6%), outros produtos químicos (11,9%), indústrias extrativas (14,6%) e alimentos (6,2%). Por outro lado, os dois setores com resultados negativos foram: outros equipamentos de transporte (-3,4%) e fumo (-9,8%).
 
 

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