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O Dr. Google e o lado negro da telemedicina

Article-O Dr. Google e o lado negro da telemedicina

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Muitos de vocês devem ter tido pacientes que apareceram em seus consultórios com ‘’evidências’’ impressas de algum site aleatório e exigindo um tratamento específico. O Dr. Google é um médico popular que nunca fez faculdade de medicina e não conhece o paciente, mas está repleto de conselhos ‘’quase precisos’’.

Enquanto o mercado da telemedicina se abre, já sabemos que os pacientes ficarão expostos a mais informações não verificadas e inúteis do que já estão.

Muitos de vocês devem ter tido pacientes que apareceram em seus consultórios com ‘’evidências’’ impressas de algum site aleatório e exigindo um tratamento específico. O Dr. Google é um médico popular que nunca fez faculdade de medicina e não conhece o paciente, mas está repleto de conselhos ‘’quase precisos’’. Seja óleo de coco para Alzheimer ou óleo de krill para câncer, os pacientes costumam ficar indignados quando o tratamento pedido pela internet não for atendido.

Os pacientes são, portanto, forçados a uma ramificação estranha - um equilíbrio entre cuidado e fé. "A fé do vendedor" é um termo que descreve o cenário no qual o comprador deve eticamente ser capaz de confiar no conselho e experiência do "vendedor" - neste caso, a pessoa que presta as informações médicas. Para citar um velho ditado: ‘’um consumidor educado é o nosso melhor cliente."

Esse desafio irá ficar ainda pior quando o mercado da telemedicina abrir e as ferramentas online substituírem a interação humana entre médicos e pacientes. A arte e ciência da medicina pode ser ajudada, mas não substituída, por um algoritmo. É importante preservar o instinto, treinamento, educação, experiência e compaixão que os médicos trazem para a mesa. A análise de dados é só uma parte da equação.

Produtos baseados em checagem de sintomas apresentam um desafio particular. Pense em quantas doenças ou reações adversas se manifestam como ‘’sintomas de gripe’’. Como os pacientes saberão se possuem um problema sério ou não? Como eles saberão em quem confiar? A educação do consumidor é vital para diferenciar uma fonte confiável de uma enganação. A maioria dos profissionais entendem a diferença entre informações cientificamente validadas e dados encontrados em um grupo de discussões onde ninguém possui experiência médica. A maioria dos consumidores não entendem essa diferença.

É também importante diferenciar entre a telemedicina real e a falsa telemedicina. A indústria da telemedicina precisa educar o consumidor para que essa distinção entre um serviço legítimo e um golpe possa ser facilmente identificável. Isso é vital para a proteção do paciente.

O segundo lado da equação é o ‘’cuidado do vendedor’’. Profissionais enfrentam um desafio particular quando eles não possuem um relacionamento pré-existente cara-a-cara com o paciente antes de embarcar em um relacionamento via telemedicina. Esse é o perigo de confiar em sintomas reportados por um paciente. Mesmo que dúvidas como essa sejam comuns em uma primeira visita de um paciente, no caso da telemedicina o perigo é maior. Existem dados limitados com o paciente e essas informações são geralmente dadas pelo próprio. Então, como o médico deve saber quanto o paciente está cognitivamente prejudicado? Ou um usuário de drogas? Confuso? Sem entender as perguntas ou a situação? Hipocondríaco? É muito mais fácil ler esses sinais pessoalmente.

Particularmente no mundo da geriatria, é importante obter interações via telemedicina e pessoalmente para identificar a capacidade de decisão do paciente. Isso permite que médicos tenham a chance de confiar ou não no que o paciente diz e saber se ele entenderá e irá aderir as recomendações médicas.

Existe um teste cognitivo cientificamente comprovado que pode ser administrado em 15 minutos, seja pessoalmente ou via telemedicina. Usá-lo protege o paciente e o médico. Lembre-se: falta de memória recente só conta uma parte da história e testes como o MMSE não dão informações suficientes para o profissional.

Além disso, enquanto a população envelhece, fica mais importante ainda entender as implicações psicossociais e práticas da interação médica. Se o profissional liga para prescrever um medicamento, como saberá se o paciente irá seguir as recomendações? O médico precisa saber ou o trabalho está finalizado depois que um remédio for receitado? Há a necessidade de um follow up? Quem fará isso?

O mundo expandido da telemedicina e conselhos de internet criam muitas oportunidades de expandir o acesso à medicina, especialmente os que não são bem servidos de meios tradicionais. Mesmo assim, da mesma forma que pacientes precisam ter cuidado com as informações erradas do Dr. Google, os profissionais precisam ter cuidado com as informações erradas dos pacientes. Vendedor e comprador, tomem cuidado!

Para conhecer outras formas de facilitar o tratamento usando tecnologia, ou descobrir que uma inovação vale ou não a pena, compareça ao Fórum de CIO no HIS – Hospital Innovation Show.

Serviço:

Hospital Innovation Show

Datas: 27 e 28 de setembro

Local: São Paulo Expo

Rodovia dos Imigrantes, s/n – Vila Água Funda

Este artigo foi adaptado do site TeleMedMag