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O cenário da interoperabilidade de dados em saúde

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Um dos maiores problemas que os nossos hospitais vivenciam são os dados dispersos. Confira o nosso bate-papo com Joel Rydbeck, diretor Infor Healthcare Latam sobre como melhorar a interoperabilidade no sistema de saúde

O problema de baixa comunicação entre sistemas de informação na área de saúde gera impactos expressivos na área e ineficiências na cadeia de cuidado. Para falar sobre o tema, entrevistamos Joel Rybeck, Diretor Global para a área de healthcare e Jimena Vasquez, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da área de healthcare, ambos da Infor.

“Nós percebemos que existe um grande buraco, os dados dos pacientes vivem em muitos sistemas diferentes e eles não falam uns com os outros, operam de maneiras muito independentes, como silos de informação. A primeira coisa que fizemos foi fazer os sistemas falarem entre si, porque assim você consegue ter muito mais informação do paciente”, disse Joel.

Jimena ainda completou que durante o tempo trabalhando na Infor, ficou claro que, na América Latina, os maiores desafios não eram nem estruturar os dados em si, mas sim conseguir reuni-los pois eles ficavam em grupos separados, em departamentos dentro das organizações.

“É mais um menos uma torre de babel, ou seja, cada um está falando sua própria língua, e ninguém está muito preocupado se a língua que você está falando está sendo ouvida pelos outros, se alguém está ouvindo o que você fala”, diz Joel.

Segundo Joel, seria ótimo se os hospitais pudessem pagar pelas tecnologias mais modernas, entretanto a realidade não é essa, eles não têm o dinheiro e os orçamentos são curtos. Antes disso, o ponto é que não se pode trazer tecnologia para o hospital só porque ele precisa ter mais tecnologia, os esforços devem ser direcionados para a área do hospital que está deficiente, onde a tecnologia pode ajudar mais. Não necessariamente é sempre para a área médica, mas às vezes é gestão ou finanças.

“Um dos maiores desafios que tivemos na América Latina e nos Estados Unidos, é que apesar da quantidade, temos sistemas velhos rodando no hospital, por exemplo: Na Cidade do México, nós lidamos com um hospital que tinha um sistema de laboratório desenvolvido em 1992,  e o software não existia mais, não tinha manutenção, mas o hospital continuou usando-o até hoje.”

unnamed-1Fonte: Infor/Divulgação

Um dos produtos da empresa, o Cloverleaf, trabalha justamente provendo comunicação segura e interoperabilidade com serviços web e protocolos de segurança adotados no setor.

Ao pensar em interoperabilidade e integração de dados, enfrentamos a resistência dos hospitais quanto ao compartilhamento de dados que, hoje, são de acesso restrito ao quadro de funcionários da instituição. No entanto, para um sistema de saúde ser completo, este item é importante. Um exemplo dado por Joel foi o HealthlinkNY, um sistema criado para colaboração com compartilhamento de dados entre hospitais de Nova York. Atualmente, esta divisão pode ser encarada como uma ameaça para a operação do hospital, mas, em um sistema baseado em valor, a entrega de mais cuidado para o paciente gera um impacto maior na saúde do paciente e, consequentemente, resulta em um maior pagamento.

A adoção de interoperabilidade no setor pode ser feita pelo governo, em forma de legislação, ou por um acordo entre os players do setor, o que, segundo Joel, funciona de forma muito mais eficiente.

Uma das aplicações citadas por ele foi o caso do  Furacão Sandy, após o incidente alguns pacientes passaram nos hospitais, procurando por medicamentos para os sintomas de dor. No entanto, alguns - não exatamente bem intencionados - passaram em vários hospitais com os mesmos sintomas para conseguir uma receita em cada instituição e, assim, montar um estoque de analgésicos. Com um sistema de comunicação, no entanto, ao chegar no segundo hospital, o paciente é confrontado com seu histórico nas instituições em que já esteve e, assim, não consegue retirar a droga.

Na mudança iminente do setor de saúde, de volume para valor, Joel cita que os hospitais hoje estão focados no volume e, não necessariamente, no valor agregado. O que a Infor, segundo ele, quer fazer é garantir que o paciente vai, por exemplo, fazer um raio X  só de joelho, ao invés de um de pélvis,  de joelho e de canela. Ao fazer isso coloca os sistemas para conversar.