O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP inaugurou na última segunda-feira (21) um equipamento de pesquisa nuclear capaz de "enxergar" a atividade de moléculas tumorais em animais como ratos antes mesmo de elas formarem um pequeno tumor. As informações são do jornal Folha de S. Paulo. Segundo a publicação, esse tipo de estudo pode, no futuro, facilitar o diagnóstico de câncer em humanos desde as suas fases iniciais. A nova máquina do HC tem o objetivo de auxiliar no teste de novos e mais eficazes medicamentos contra o câncer ainda em nível molecular (ou seja, dentro das células). O acompanhamento das moléculas cancerígenas e do seu tratamento é possível porque o equipamento, pouco menor do que um carro popular, reúne três tipos de técnica para a produção de imagem em alta definição --algo inédito no país. São as siglas de cada uma dessas técnicas que dão nome à supermáquina: micro-PET-SPECT-CT. Combinados, os métodos conseguem localizar as moléculas tumorais e mostrar a sua atividade em detalhes. De acordo com o radioquimico do Centro de Medicina Nuclear do HC, onde está instalado o aparelho, Fabio Marques, a ideia é testar fármacos conhecidos para novos tipos de tumores e experimentar tratamentos. De acordo com Marques, cerca de 30 pessoas estão envolvidas nas pesquisas em medicina molecular no HC, de pós-graduandos da USP a funcionários do hospital. Muitos deles tinham de visitar instituições fora do país para usar equipamentos similares em suas pesquisas. Com o novo equipamento, o centro do HC passa a ter a estrutura mais moderna em pesquisa de medicina nuclear da América Latina. Além da oncologia, a máquina poderá contribuir em outras áreas, como diagnósticos neurológicos por imagem cerebral. O equipamento custou R$ 6,5 milhões ao Estado.
