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Economia global: crescimento fraco

Article-Economia global: crescimento fraco

Confira, na íntegra, análise do Instituto de Estudos de Desenvolvimento Industrial

Os dados preliminares do resultado do PIB no terceiro trimestre de 2010 mostram que principais economias industrializadas registraram expansão moderada e em ritmo ainda bastante desigual. Na maioria dos países, com exceção dos Estados Unidos e Japão, a atividade econômica desacelerou frente ao trimestre anterior. Descontadas as influências sazonais, o PIB americano cresceu 0,6% em termos reais no 3º trimestre (ante 0,4% no 2º trimestre), enquanto o PIB japonês avançou 1,1 % (0,7% no 2º trimestre). Já a Área do Euro passou de um crescimento real do PIB de 1,0% no período abril-junho para apenas 0,4% entre julho e setembro, com arrefecimento da locomotiva alemã, cuja variação do PIB declinou de 2,3% para 0,7% no mesmo período. Também desaceleram entre o 2º e o 3º trimestre as economias do Canadá (de 0,6 para 0,3%) e do Reino Unido (1,2% para 0,8%, embora o PIB dessa última tenha registrado variação real superior ao da média do G7 (0,6%).
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Nos Estados Unidos, a relativa aceleração do crescimento real verificada na segunda prévia do PIB foi resultado, sobretudo, do acentuado declínio nas importações e em menor medida, da elevação dos estoques e do consumo das famílias. Em razão da depreciação do dólar frente às moedas domésticas de vários dos parceiros comerciais, o déficit comercial dos Estados Unidos desacelerou entre o 2º e o 3º trimestre (variação de 3,2% ante 8,2%, descontadas as influências sazonais), passando de uma contribuição de -0,8 pontos percentuais para -0,4 pontos percentuais para o PIB trimestral. Já o consumo das famílias, que responde por dois terços da economia americana, avançou 0,7% no 3º trimestre (0,6% no trimestre anterior), contribuindo com 0,5 pp. para a variação do PIB.
No Japão, a expressiva ampliação do consumo das famílias no 3º trimestre (variação de 1,2% e contribuição de 0,7 pp.) mais do que compensou o menor aumento das exportações, afetadas pela apreciação do iene. Também contribuíram para a maior variação do PIB no 3º trimestre, os investimentos empresariais em capital fixo, que cresceram 1,3% em relação ao trimestre anterior, e os estoques, ambos com impacto de 0,2 pp.
Na Área do Euro, o arrefecimento do ritmo de expansão da atividade econômica foi resultado do menor dinamismo das exportações, que passou de um crescimento de 4,5% para 1,9% entre o 2º e o 3º trimestres, e da estagnação dos investimentos empresariais em capital fixo. Embora no 3º trimestre, o consumo do governo tenha aumentado no conjunto da Área do Euro, as medidas de cortes nos gastos públicos, já introduzidas em 2010 e previstas para 2011 no contexto dos planos de austeridade fiscal anunciados para conter a crise da dívida soberana em diversos países do bloco, reforçam as expectativas de contínua desaceleração econômica da região nos próximos trimestres, o que já está se traduzindo em cortes de investimentos e de vagas no setor privado, em particular nas empresas que dependem das compras públicas. Na comparação com igual período de 2009, as compras públicas na Europa registraram queda de 5% no trimestre encerrado em 30 de outubro.
Esta frágil retomada do crescimento econômico nos principais países industrializados tem sido um dos principais entraves à reativação do mercado de trabalho. Na grande maioria desses países, as taxas de desemprego permanecem em patamares elevados, desestimulando a ampliação do consumo das famílias, o que por sua vez inibe os investimentos produtivos, em um círculo vicioso que ameaça a continuidade da recuperação.
Nos Estados Unidos, o desemprego que havia registrou ligeiro recuo no segundo trimestre de 2010 voltou a subir em agosto e atingiu 9,8% em novembro, renovando os temores de nova contração do consumo. Por essa razão, o governo Obama se esforçou para fechar um acordo com a maioria republicana do Congresso americano em torno da aprovação de um novo pacote de estímulo fiscal, com custo estimado em US$ 900 bilhões nos próximos dois anos. Acertado no dia 7 de dezembro, esse novo pacote prevê a renovação por dois anos das isenções fiscais concedidas pela administração Bush aos 2% mais ricos da população, o prolongamento do seguro-desemprego por 13 meses e incentivos adicionais, como cortes de dois pontos percentuais em imposto retido na fonte para famílias com filhos na escola e desoneração dos investimentos empresariais.
Na avaliação do governo, sem estas medidas de estímulo ao consumo, a economia americana provavelmente ficaria perto da estagnação em 2011, ao invés de crescer os previstos 2,5% a 3,5%. Entre as medidas anunciadas, a extensão do pagamento do seguro-desemprego é considerada a mais efetiva, dado que os desempregados tendem a gastar praticamente toda essa renda. Já o êxito do corte dos impostos dependerá do destino que as famílias darão a boa parte dos US$ 120 bilhões extras de renda disponível. Esse tipo de medida só terá o efeito pretendido se os recursos adicionais forem efetivamente despendidos ao invés de poupados.
Também na Área do Euro, após se manter estabilizada entre março e setembro, a taxa de desemprego harmonizada subiu em outubro, ultrapassando o patamar de 10%. Enquanto na Alemanha, a taxa de desemprego é de 6,7%, nos países da periferia do Euro, fortemente atingidos pela crise da dívida soberana, a taxa de desemprego supera a média do bloco, com destaque para Espanha (20,7%) e Irlanda (14,1%), ambos também em outubro. Em funções dos cortes de gastos previstos nos planos de ajuste fiscal anunciados, as perspectivas para região são de aumento do desemprego.
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TAG: Hospital