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A telemedicina como acelerador da transformação digital do setor de saúde

Article-A telemedicina como acelerador da transformação digital do setor de saúde

A telemedicina como acelerador da transformação digital do setor de saúde

O cenário de distanciamento social imposto pelo COVID-19 tem gerado impactos substanciais para a economia e a sociedade. Apesar de não termos clareza sobre os reais desdobramentos desse problema para o país e o mundo, por outro lado, ele evidenciou a importância da tecnologia para conectar pessoas e permitir que atividades essenciais, como a medicina, continuem a funcionar.  

Um exemplo desse cenário é o Projeto de Lei 696/2020 – sancionado em 16 de abril pelo Presidente Jair Bolsonaro –, que libera o uso da telemedicina no Brasil, em caráter emergencial, enquanto durar a crise ocasionada pela pandemia. Com isso, médicos, psicólogos, nutricionistas, entre outros, estarão autorizados a atender os pacientes à distância. Uma situação que, apesar de ser em caráter de exceção na crise, pode comprovar os benefícios que a transformação digital pode trazer para o segmento de saúde e, assim, acelerar projetos pós-crise que beneficiem a população e as empresas. 

A partir dessa transformação do setor, as expectativas são de que o conceito de Connected Health (ou Saúde Conectada) ganhe cada vez mais força e relevância no mercado brasileiro e internacional. A ideia é, por meio da tecnologia, conectar pessoas, dispositivos e instituições de saúde para oferecer uma medicina mais assertiva e que melhore a experiência na relação entre profissionais de saúde e pacientes.  

De forma simplificada, o Connected Health prevê que o setor se torne cada vez mais interconectado, criando uma rede de comunicação inteligente, com compartilhamento de informações para melhorar as condições dos pacientes e do sistema de saúde. Embora esse conceito se baseie em décadas de experiência específica em soluções móveis de saúde (mHealth), é a telemedicina, impulsionada pela Internet das Coisas (IoT), que deve ser o grande motor para uma rápida evolução do conceito, ao conectar sensores, dispositivos, software e redes inteligentes. 

Para que esse conceito avance, no entanto, é preciso vencer alguns desafios tecnológicos. Entre eles, a dificuldade de gerenciamento dos dados do setor. À medida em que o sistema de saúde torna-se mais interconectado, cria-se um desafio de acessar e entregar, em tempo real, os dados desses pacientes, para as pessoas certas e na hora certa.  A boa notícia é que a disseminação de edge computing e IoT deve facilitar essa gestão de dados que, quando analisados utilizando soluções de big data, podem revelar tendências para melhorar a prestação de cuidados e os resultados. 

Outro desafio enfrentado pelas instituições está em garantir que os diferentes dispositivos e sistemas estejam integrados e sejam interoperáveis, para permitir a troca de dados do setor. Hoje, muitos desses ambientes rodam com sistemas fechados ou não têm uma padronização dos dados. As próprias novidades em termos de dispositivos de IoT para o setor de saúde pecam ao não construir itens baseados em padrões abertos, o que dificulta o compartilhamento e análise de dados. 

O conceito de Connected Health prevê também ferramentas voltadas a reforçar a segurança e a proteção dos dados. O que exige a criação de uma arquitetura que abranja os requisitos de governança na comunicação entre usuários, aplicativos e dispositivos, analisando como a autenticação e a validação serão gerenciadas. Essa plataforma exige a implementação de uma abordagem de segurança multifacetada, com gerenciamento de identidades, gerenciamento de acesso, criptografia, análise proativa de segurança e segurança de rede. 

Enfim, atingir a verdadeira transformação digital do setor de saúde vai além da telemedicina – que é só um pequeno passo nesse caminho. Esse processo vai exigir que TI e negócios trabalhem juntos para garantir uma análise e digitalização das operações, em benefício de médicos, pacientes e de todo o ecossistema de saúde. 

Sobre o autor

Luis Gonçalves é Presidente da Dell Technologies no Brasil