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Tabela AMB-90 faz 21 anos na ativa : azar nosso.

Article-Tabela AMB-90 faz 21 anos na ativa : azar nosso.

 Pode parecer mentira que boa parte dos contratos entre operadoras e hospitais ainda são regidos por uma tabela de preços ?inventada? em 1990 ? mas é verdade ? inacreditável, insano, incompreensível até para os que ?habitam o mundo da saúde antes dela? ? mas é verdade.Em 1990 não tínhamos Internet, celulares, os orelhões usavam ficha, cartões de crédito eram usados em ?engenhocas? que deixavam com a gente uma folha ?carbonada? para conferir depois, e a maioria dos hospitais ?datilografavam? a ficha de internação (em máquinas de escrever !).Neste cenário a AMB, para proteger os médicos, criou uma tabela de remuneração.O Brasil era vítima da hiper-inflação ? estávamos no Plano Collor, o ?plano dos 50 paus? ? e por isso a Tabela AMB-90 definia preços com uma coisa parecida com o que víamos nos taxímetros marca ?capelinha?: para se chegar ao preço usava-se um conversor chamado CH, que traduzia o valor da moeda forte para a moeda fraca (o nosso dinheiro).Nesta época esta tabela foi extremamente útil, porque a cada ano surgia uma moeda nova e tínhamos que cortar 3 ou 6 zeros da moeda antiga ... mas hoje em dia é utilizada justamente para ?desproteger? os médicos.Para deixar claro, não é só a versão 90 que prejudica os médicos, hospitais e operadoras: as filhas (92, 95, 96, etc.) e as netas dela (CBHPM?s da vida), todas elas, hoje só servem para manter a área da saúde engessada.E para deixar mais claro ainda: não é só o médico e os hospitais que perdem com elas, é todo o sistema de saúde, inclusive as operadoras, porque tudo que existe em saúde hoje está ?nivelado por baixo?, premiando ?o ruim? e prejudicando ?o bom?.O que as tabelas definem não é o justo ou a qualidade do que se está vendendo, mas por quanto se pode vender, então tanto faz salvar ou matar vidas, você é remunerado pela tarefa que fez independente do resultado !!!!Por que a AMB não discute com a ANS o fim de qualquer tipo de coisa que defina preço mínimo, ao invés de apoiar CBHPM, Brasíndice e Simpro ? Será que 21 anos não foi suficiente para aprendermos que as tabelas não definem o preço mínimo e sim o preço máximo na área da saúde ?A tabela AMB-90 ainda acabou criando uma cultura de cartéis ? já chega disso.Gostaria de estar comemorando os 21 aninhos da AMB-90 apenas lembrando como ela foi importante naquela época, e elogiando a sua estrutura, tão copiada em diversos países do mundo: até os leigos podem entender a estrutura da medicina olhando para ela.Mas infelizmente precisamos criticar o que ela significa hoje: a barreira para que a área da saúde passe a ser regida pela única regra que realmente funciona no ?resto do mundo econômico? : a lei da oferta e da procura. Hoje:

  • Se você compra o medicamento mais barato ou mais caro, vende pelo mesmo preço (Brasindice);
  • Se um médico experiente fizer o procedimento perfeito, ou novato fizer o que terá que ser refeito, o preço é o mesmo (AMB, CBHPM, etc...).
Tudo herança da AMB-90 !Sou otimista sobre o futuro da profissionalização do segmento da saúde, mas em relação ao sistema de remuneração do segmento ... não consigo ver a luz no fim do túnel ... só vejo discussão para reajuste das tabelas.Ao ?assoprar a velinha de olhos fechados?, meu desejo é que ?o gesso se quebre? e a gente volte a ver nossas mãos livres para dirigir na direção que queremos ? obedecendo as regras de trânsito, mas indo para onde desejamos, e não para onde nos obrigam !