Uma
das perguntas que devemos nos fazer no dia a dia de nossa prestação de cuidados
aos pacientes é se, de fato, o plano de cuidados definido está funcionando.
Como o próprio nome diz, trata-se de articular um conjunto de ações,
estabelecidos como um plano para alcançar um objetivo de melhoria ou
recuperação do estado de saúde do paciente. Uma pergunta simples: como os
profissionais medem a efetividade desses planos de cuidados?
Um
novo requisito que foi incluído na quinta e última edição do Manual Internacional
de Padrões para Acreditação de Hospitais, da Joint Commission International
(JCI), aborda a necessidade da mensuração do plano de cuidados, no capítulo que
trata do Cuidado ao Paciente (Care of Patient COP). Os propósitos do padrão
específico COP.2.1 diz: O plano de cuidados descreve os cuidados e o
tratamento a serem prestados a um paciente individual. O plano de cuidados identifica
um conjunto de ações que a equipe de cuidados implementa, que permita resolver
ou apoiar o diagnóstico identificado através da avaliação. A meta geral de um
plano de cuidados é alcançar resultados clínicos ideais. Sendo assim, o plano
de cuidados deve atender a três elementos mínimos em sua composição: Problemas,
Condutas e Metas Mensuráveis.
O
requisito do padrão introduz a lógica de se definir e registrar, no plano de
cuidado, um conjunto de metas mensuráveis, que passariam a indicar a real
efetividade do plano. As metas mensuráveis podem ser selecionadas pelo médico
responsável em colaboração com o enfermeiro e outros profissionais de saúde. As
metas mensuráveis são objetivos observáveis e alcançáveis relacionados aos
cuidados e resultados clínicos esperados do paciente. Elas devem ser realistas,
específicas para o paciente e com prazos para proporcionar um meio de mensurar
o progresso e os resultados relativos ao plano de cuidados. Cita também
exemplos do que considerar como metas mensuráveis, as quais incluem as
seguintes:
O
prazo definido para a elaboração do plano também ganha importância em função do
atendimento às necessidades mais imediatas do paciente, como em situações de
pós-operatório. Outra condicionante de sucesso é a natureza multidisciplinar,
resguardando-se a lógica de integração e coordenação entre os profissionais que
participam da assistência prestada ao paciente. Os requisitos dos padrões definem:
O processo de planejamento é colaborativo e utiliza os dados da avaliação
inicial e de reavaliações periódicas realizadas por médicos, enfermeiros e
outros profissionais de saúde para identificar e priorizar os tratamentos, procedimentos,
cuidados de enfermagem e outros cuidados para atender às necessidades do
paciente. O paciente e sua família estão envolvidos no processo de planejamento
com a equipe de cuidados. O plano de cuidados é elaborado em até 24 horas após
a internação de um paciente. Com base na reavaliação do paciente executada
pelos profissionais da equipe de cuidados do paciente, o plano de cuidados é
atualizado conforme apropriado para refletir a evolução da condição do
paciente. O plano de cuidados é documentado no prontuário do paciente.
Por
fim, os padrões definem que um membro da equipe e, nesse caso específico faz
uma menção ao médico, deve ser o responsável diário pela revisão e garantia de
que o plano esteja sendo efetivamente implementado, segundo as metas
mensuráveis definidas pela equipe, o qual deve ser integralmente registrado no
prontuário.
Portanto,
procurem diariamente verificar se sua pergunta pode ser devidamente respondida:
o plano de cuidados está fazendo bem ao paciente?