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O enigma de Turandot

Article-O enigma de Turandot

Tem se invetsido bilhões de dólares no desenvolvimento de novas drogas para combate de doenças graves. Todo momento temos anúncio de inovações. Será?




Turandot, última ópera de Giacomo Puccini, estreou no Teatro Alla Scala em 1926. Importando temas de origem chinesa, a opera trata da princesa Turandot que, para casar, impõe uma condição: ela proporá três enigmas a todos os candidatos, que arriscarão a própria vida se não acertarem todos os três, e somente se casará com aquele que decifrar as duríssimas charadas. Príncipe Desconhecido se apaixona e anuncia sua intenção de se candidatar à mão da princesa. Turandot expõe, então, seu primeiro enigma. "Qual é o fantasma que nasce todas as noites, apenas para morrer quando chega a manhã?" A medicina também parece nos propor enigmas. O câncer é um dos mais instigantes e segue assombrando todo planeta. E realmente precisamos de avanços.

O efeito do envelhecimento e crescimento da população ? que deve chegar a 8,3 bilhões em menos de 2 décadas ? deve provocar um cenário com mais 13 milhões de mortes por câncer em 2030: 75% mais do que atualmente, conforme estudo publicado na The Lancet. Ao mesmo tempo, se investe centenas de milhões de dólares para desenvolver medicamentos que possam contribuir nesta luta. Infelizmente, até agora, não conseguimos mudanças fantásticas como gostaríamos, como vacinas que evitem efetivamente a doença ou curas indiscutíveis. Não que os avanços não sejam significativos. Pelo contrário: temos exames diagnósticos mais precisos, recursos técnicos mais efetivos e aprendemos mecanismos da doença que permitem tratamentos menos tóxicos e com resultados com melhores taxas de sucesso e cura. Estamos, entretanto, muito aquém da nossa necessidade real e velocidade que se espera. Não é infreqüente que estudos que custaram mais de 1 bilhão de dólares nos trazerem ganhos de somente 1 ou 2 meses de sobrevida total. Como pretendemos, então, vencer uma doença que parece crescer mais do que nossos esforços? Programas sólidos de prevenção, com medidas práticas a curto prazo são fundamentais para tentarmos mudar o rumo que as estimativas apontam.

A população não pode ser mais passiva frente a comportamentos que colocam em risco sua saúde e o futuro. Entendo também que procurar soluções é, por si só, meritório. Para os que não conhecem a história de Turandot, o príncipe acertou a primeira resposta: "É a esperança". O resto da ópera? bom, o resto eu deixo como estímulo para pesquisa.



PS. Em agosto tem 4a ISPOR Brazilian Meeting, em Brasília. Maior evento de farmacoeconomia do pais!

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