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As Diferentes fases da Medicina Laboratorial I

Article-As Diferentes fases da Medicina Laboratorial I

Parte I ? Fase Pré-AnalíticaA medicina laboratorial é uma importante ferramenta na assistência a saúde, presente em 70% das decisões médicas e responsável por absorver 11% dos custos em saúde. Distinguem-se três fases complementares e seqüenciais no processo de medicina laboratorial, são elas: a fase pré-analítica, analítica e pós- analítica. Diversos estudos demonstram que a evolução tecnológica distinta e heterogênea, gera uma distribuição desigual na absorção dos erros em medicina laboratorial, assim como do tempo de cada uma destas fases e de seu impacto nos resultados em saúde.Seguindo o exemplo de blogs de colegas aqui publicados, definiremos cada uma das fases em três textos distintos, onde abordaremos os conceitos e, de forma resumida,  o que há descrito na literatura cientifica sobre a absorção por cada uma delas dos erros em medicina laboratorial;Iniciaremos pela Fase Pré-Analítica:A fase pré-analítica é um importante componente da qualidade total do laboratório e é a de maior número de variáveis e de menor evolução tecnológica. As atividades que a compõe são: a transmissão de informações e instruções aos pacientes (o tempo de jejum e medicamentos são exemplos bastante comuns), a coleta da amostra biológica, a determinação do tipo de amostra e tipo de recipiente a ser utilizado, a identificação desta, o transporte até o laboratório central ou de processamento e as atividades de acondicionamento, preservação preparação, centrifugação e distribuição dos materiais ao diferentes setores do laboratório. (J Bras Patol Med Labl ? 2010). Dados mais recentes destacam como parte da fase pré analítica, e até como uma tendência de atuação da especialidade, a indicação dos exames a serem realizados em conjunto com o médico assistente (SBPC/ML). Alguns autores denominam esta etapa de fase pré- pré-analítica.As variáveis pré-analíticas podem ser divididas em fisiológicas (ritmo infracircadiano, circadiano e ultracircadiano), tipos de amostras (soro, plasma, sangue total, urina isolada, urina de 24hs, etc), tipos de recipientes (tubo seco com gel separador, presença de atividores de coágulos, inibidores da coagulação, EDTA, citrato de sódio, heparina, fluoreto, etc) e os interferentes (drogas e medicamentos exógenos, anticorpos endógenos, reações cruzadas, etc). (Am J Clin Pathol ? 2000)A efetividade da fase pré-analítica é a garantia da automação laboratorial analítica eficaz (throughput esperado) e da redução do tempo de liberação de resultados (TAT ? Turn Around Time). A busca por esta efetividade tende a aumentar devido aos ensaios e metodologias possuírem sensibilidade analítica cada vez maior. (J Med Biochem ? 2008)A fase pré-analítica é a fase de maior absorção de erros em medicina laboratorial, com dados de literatura variando de 23,5% a 84,5% do total de erros, tendo a maioria dos artigos publicados, dados maiores que 60%. Os principais tipos de erros envolvidos referem-se à qualidade da amostra (presença de hemólise, lipemia, icterícia), à identificação do paciente e qualidade da informação, à quantidade de amostra coletada, à perda de amostras durante o processo, etc.Segundo Plebani et al e Sol Green, 74% dos erros laboratoriais não afetam o desfecho clínico. Do restante, 19% geram investigações subseqüentes desnecessárias, aumentando o desperdício e o custo em saúde e 6,4% estão associados a condutas inapropriadas. (Clin Chem ? 1997 ? J Me Biochem 2008) O direcionamento de esforços na gestão da fase pré-analítica, que vem ocorrendo nos últimos anos, com advento da automação e produtos com maior tecnologia, e pela utilização de ferramentas de controle e melhoria dos processos, gerando maior qualidade em medicina laboratorial, beneficia os resultados em saúde e a segurança do paciente.