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A Medicina Laboratorial em 2014

Article-A Medicina Laboratorial em 2014

O crescimento por utilização e a necessidade de revisão do modelo comercial.

O ano de 2014 foi um ano

atípico para o Brasil. Passamos por uma copa do mundo, onde uma perda histórica

nos trouxe a grande lição da necessidade do profissionalismo; eleições

presidenciais recheadas de surpresas e desencontros e terminamos com uma visão

turva do futuro do país, especialmente quanto à credibilidade para

investimentos internos e externos e as questões relacionadas à corrupção. Tais

acontecimentos tiveram, certamente, impactos no nosso setor.


O setor de saúde privada manterá

um crescimento estimado muito próximo ao que observamos em 2013. Segundo os

dados da ANS, ao compararmos o número de beneficiários ao final do terceiro

trimestre de 2014 e 2013, a Saúde Suplementar apresentou uma taxa de 2,8% de

crescimento, porém uma expectativa de acréscimo em suas receitas de dois

dígitos, sinalizando o reajuste e repasse para os financiadores.  Sabemos que cerca de 80% dos planos de saúde

no Brasil são coletivos, segmento de menor regulação quanto aos reajustes,

gerando preocupação quanto ao poder de pagamento das empresas deste beneficio

entregue aos seus beneficiários.

 

Na Medicina Laboratorial,

estimamos a manutenção nos últimos anos de taxas de crescimento de dois dígitos

baixos, em algo como 11% a 12%. Segundo a ANS, em 2014 devem ser realizados 633

milhões de procedimentos de SADT, dos quais estimamos que 82% sejam exames

laboratoriais (cerca de 520 milhões de procedimentos). As estimativas

demonstram que grande parte do crescimento do número de exames realizados não se

dá por novos beneficiários usando o sistema, e sim pelo número de exames por beneficiário

por ano. Algumas explicações para esta variação podem ser trazidas à tona, tais

como o maior número de tipos de exames disponíveis devido ao avanço tecnológico

(costumamos dizer que a tecnologia na medicina não é substitutiva, isto é, um novo

exame não necessariamente substitui um exame antigo), o envelhecimento da

população (uma pessoa idosa usa, em média, 3,5 vezes mais serviços

laboratoriais quando comparada a um adulto jovem), a mudança do perfil

epidemiológico nacional, com elevação dos índices de portadores de doenças crônicas

(que consomem mais serviços), o maior uso da medicina preventiva (com pessoas

sadias utilizando os serviços de saúde) e o maior interesse da população geral

nos temas relacionados à saúde, gerando pressão para maior consumo dos recursos.

Cabe, também, ressaltar alguns pontos críticos quanto ao uso racional de

recursos (para mais e para menos!), tema que merece uma abordagem dedicada.

 

Neste cenário, a visão de

futuro é preocupante, com a taxa de utilização crescendo acima do número de usuários

e a capacidade de pagamento destes, o que torna a relação comercial voltada exclusivamente a preços e não à qualidade e segurança dos pacientes. A mudança do modelo de relação comercial é necessária

a racionalização do uso dos recursos de saúde tem que ser inserida no centro

das discussões e, principalmente, na educação dos profissionais de saúde.

 

Aproveito para desejar a todos

um ótimo Natal e um Feliz Ano Novo!