No primeiro ano de vigência da Tabela SUS Paulista, hospitais filantrópicos conveniados ao SUS em São Paulo registraram crescimento expressivo na realização de cirurgias de alta complexidade. Dados da Secretaria de Estado da Saúde mostram aumentos de 17% nos procedimentos oncológicos, 18% nas cirurgias de mama e 10% nas cardíacas, resultado direto da política de complementação financeira adotada pelo governo estadual desde 2024.

Além da elevação nos procedimentos cirúrgicos, houve também 101 mil internações a mais em comparação com o ano anterior. A nova tabela, que remunera até cinco vezes mais do que a tabela nacional do Ministério da Saúde, já contempla 800 instituições em todo o estado. Para especialistas, a medida traz um novo fôlego à sustentabilidade financeira das unidades filantrópicas e estimula o aumento da oferta assistencial.

“Com a Tabela SUS Paulista, o hospital tem mais condições de atender e tem o interesse em atender. Se eu presto um serviço que eu recebo menos do que eu gasto, eu vou ser bem seletivo. Quando a unidade passa a receber pelo que ela produz e o valor cobre todos os custos, a instituição passa a ter interesse em atender mais. Esse é o objetivo, mais pacientes atendidos e com mais qualidade”, explica Renilson Rehem, coordenador do programa de Regionalização da Saúde e consultor da OPAS.

Anunciada ainda no primeiro ano da gestão do governador Tarcísio de Freitas, a iniciativa já garantiu o repasse de R$ 4,3 bilhões às instituições conveniadas — um aumento de 80% em relação ao ano anterior. Para 2025, está previsto o reajuste nos valores de 158 procedimentos, com impacto superior a R$ 134 milhões, beneficiando áreas como diagnóstico e tratamento do câncer de mama, ortopedia, exames, consultas especializadas e atenção a pacientes de longa permanência.