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Pós-pandemia terá aumento expressivo de câncer, alerta oncologista da Unifesp

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O médico Ramon Andrade de Mello ressalta que procura por diagnóstico e tratamento deve crescer no futuro próximo

O número de pacientes que buscam diagnóstico e tratamento para o câncer deve registrar aumento expressivo com o retorno às atividades cotidianas, após o isolamento social provocado pela pandemia da Covid-19. "Tantos os serviços públicos, como as instituições privadas, deverão ser impactadas por esse crescimento. Durante a pandemia, muitos pacientes deixaram de seguir o tratamento e outros adiaram o diagnóstico", esclarece Ramon Andrade de Mello, médico oncologista, professor da disciplina de oncologia clínica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal).

O especialista explica que uma parcela significativa dos pacientes deixou de fazer diagnóstico e tratamento devido às preocupações com contágio pela Covid-19. "Isso pode ter um reflexo negativo muito grande no futuro. Os casos de tumores cancerígenos, por exemplo, têm melhores condições de ser tratados no início da doença. O adiamento de três meses ou mais pode reduzir drasticamente as chances de melhoria da saúde desses pacientes", detalha Ramon Andrade de Mello.

Dados de instituições médicas ligadas ao diagnóstico e tratamento do câncer apontaram que, desde março até abril, houve redução significativa de procedimentos nesses centros especializados. O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), por exemplo, registrou queda de 30% no número de pacientes novos que procuram a instituição. Os dados das Sociedades Brasileiras de Patologia e de Cirurgia Oncológica apontam ainda queda de 70% das cirurgias.

"O pós-pandemia pode sobrecarregar os serviços de oncologia de todo o país. Apesar de ser uma emergência, muitos pacientes ignoraram inclusive orientação médica e adiaram o tratamento contra o câncer", analisa o professor da Unifesp. Segundo ele, o mesmo ocorreu na Holanda, que adotou critérios para que os pacientes voltassem ao tratamento: "Por isso, qualquer adiamento deve ser conversado com o médico que acompanha o paciente".

Sobre Ramon Andrade de Mello

Oncologista clínico e professor adjunto de Cancerologia Clínica da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ramon Andrade de Mello tem pós-doutorado em Pesquisa Clínica no Câncer de Pulmão no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra) e doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal).

O médico tem título de especialista em Oncologia Clínica, Ministério da Saúde de Portugal e Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO). Além disso, Ramon tem título de Fellow of the American College of Physician (EUA) e é membro do Comitê Educacional de Tumores Gastrointestinal (ESMO GI Faculty) da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (European Society for Medical Oncology - ESMO), Membro do Conselho Consultivo (Advisory Board Member) da Escola Europeia de Oncologia (European School of Oncology - ESO) e ex-membro do Comitê Educacional de Tumores do Gastrointestinal Alto (mandato 2016-2019) da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (American Society of Clinical Oncology - ASCO).

O oncologista é do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital 9 de Julho, em São Paulo, SP, e do Centro de Diagnóstico da Unimed (CDU), em Bauru (SP).