faz parte da divisão Informa Markets da Informa PLC

Este site é operado por uma empresa ou empresas de propriedade da Informa PLC e todos os direitos autorais residem com eles. A sede da Informa PLC é 5 Howick Place, Londres SW1P 1WG. Registrado na Inglaterra e no País de Gales. Número 8860726.

“No melhor cenário, podemos esperar uma vacina para o coronavírus para daqui um ano”, afirma especialista da Faculdade São Leopoldo Mandic

Article-“No melhor cenário, podemos esperar uma vacina para o coronavírus para daqui um ano”, afirma especialista da Faculdade São Leopoldo Mandic

faculdade-s-o-leopoldo-mandic-002247_large

Dr. André Ribas afirma que tempo é necessário para fase de testes e chegada ao mercado

O número de pessoas contaminadas pelo coronavírus (Covid-19) ultrapassa um milhão em todo o mundo. No Brasil, os dados oficiais superam a marca de 11 mil casos confirmados. Com o avanço do vírus, a expectativa é alta para a descoberta de uma vacina. Para o médico epidemiologista da Faculdade São Leopoldo Mandic, Dr. André Ricardo Ribas Freitas, no melhor cenário, a medida só deve chegar no próximo ano. “É importante compreender que não existe mágica. Uma nova vacina precisa passar por três fases de testes. Por melhor e mais eficiente que seja o processo de desenvolvimento, vai levar em torno de um ano.”

Entre as possibilidades disponíveis atualmente, a cloroquina tem aparecido como alternativa. “A cloroquina é uma grande promessa para pacientes com sintomas leves. Hoje é recomendada só para pessoas em casos graves. A medicação ainda apresenta efeitos adversos o que não permite que atenda a todos. A tendência, se confirmada a eficácia, é que seja indicada para quem apresenta sintomas leves também”, diz Dr. André.

De acordo com o especialista da Faculdade São Leopoldo Mandic, para o período mais crítico da transmissão, a população ainda não poderá contar com uma vacina e, com isso, deverá seguir as recomendações das autoridades para a prevenção, entre elas o isolamento social, o uso de máscaras e fazer a higienização corretamente.

Mesmo com o aumento no número de casos nos últimos dias, Dr. André destaca que a implantação de medidas mitigatórias logo no início da transmissão foi um fator positivo. “Os dados oficiais não são tão precisos, porém, quando observamos que ainda há uma estrutura de instituições de saúde que ainda conseguem trabalhar dentro da sua capacidade, sem usar os hospitais de campanha, percebemos que a transmissão ainda não foi tão explosiva como na Itália e em algumas regiões dos Estados Unidos. As medidas aqui estão surtindo efeito. Se nesta semana não houve uma explosão no número de novos confirmados, poderemos comemorar o início de um bom resultado.”

Ainda que a transmissão seja interrompida, Dr. André explica que o coronavírus ainda estará presente por um bom tempo. “Por conta da letalidade do vírus, teremos que talvez parcelar as ondas de transmissão. Precisamos de mais de 60% da população infectada para poder criar imunidade suficiente para controlar a doença, mas isso não pode acontecer de uma só vez para não sobrecarregar o sistema de saúde.”

O médico epidemiologista salienta que será um processo semelhante ao que aconteceu com o Influenza, que “se tornou sazonal, esperando o inverno para se expandir e propagar sua transmissão. No verão, ele não encontra condições para se manter no meio ambiente,” conclui.