A ex-primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, participou do 28º Congresso da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), que aconteceu em São Paulo na última quinta-feira (21), compartilhando os desafios do sistema de saúde britânico (NHS) e a necessidade de soluções universais e sustentáveis na área da saúde. 

Apesar do caráter inclusivo do NHS, que oferece atendimento gratuito e universal, May ressaltou as crescentes pressões causadas pelo envelhecimento populacional e pelo aumento da demanda por serviços.  

Para mitigar esses desafios, uma das soluções foi permitir que farmácias tratem doenças leves, como resfriados e dores de garganta. Segundo May, essa abordagem alivia a sobrecarga em hospitais e unidades de saúde, com os farmacêuticos sendo reconhecidos como “o terceiro elemento do sistema”. 

“Triagem é o segredo para manter a integridade de todas as demais etapas do NHS,” afirmou, destacando que cabe aos governos e gestores de saúde otimizar essa etapa para garantir maior eficiência no atendimento. 

Saúde mental e ambiente de trabalho 

A ex-premiê destacou os avanços na desestigmatização da saúde mental no Reino Unido, impulsionados por discussões públicas promovidas por membros da família real britânica, como os príncipes Harry e William. Segundo ela, embora o sistema de saúde britânico já fosse uma referência, ainda apresentava falhas no cuidado com a saúde mental. Hoje, essa questão é reconhecida como essencial para alcançar uma saúde verdadeiramente inclusiva. 

Ela apontou também a necessidade de empresas promoverem ambientes favoráveis ao diálogo e organizarem-se economicamente para oferecer suporte aos colaboradores que precisam de tratamento. 

Perspectivas femininas na liderança 

Ao refletir sobre sua experiência como a segunda mulher a liderar o Reino Unido, May enfatizou a importância de diferentes perspectivas na formulação de políticas públicas, especialmente em questões sociais e de saúde.