Maioria dos pacientes nesta situação são encaminhados a hospitais públicos. Iniciativa faz do Santa Catarina um dos poucos, no setor privado, a atender vítimas do trânsito na capital
Todos os meses, no trânsito de São Paulo, são registrados cerca de 2,5 mil acidentes com vítimas. Só no último ano, foram 874 óbitos, a grande maioria deles (692) envolvendo motociclistas ou pedestres.
O protocolo de resgate prevê, além dos primeiros socorros, a remoção segura das pessoas para hospitais públicos. Para aliviar o grande fluxo dessas instituições, oferecendo a mesma qualidade de atendimento com o acréscimo dos recursos disponíveis nas instituições privadas, o Hospital Santa Catarina desenvolveu um projeto para receber acidentados em seu novo Centro de Trauma.
"Após alguns meses de preparação, com capacitação dos profissionais, aquisição de equipamentos e modificações nos processos e instalações, estamos preparados para atender vítimas do trânsito, de queimaduras ou quedas", afirma Diogo Garcia, coordenador do Centro de Trauma do Hospital Santa Catarina.
De acordo com ele, a primeira hora (também chamada de ‘golden hour’) é imprescindível para o sucesso no atendimento desses casos. Por isso, todas as etapas devem ser rápidas. Em alinhamento com o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e o Corpo de Bombeiros, a confirmação de que o plano de saúde do socorrido está ativo e é aceito pela instituição acontece no máximo em dois minutos.
Após a liberação, o acidentado é imediatamente trazido ao Pronto Socorro do hospital, onde a Sala de Emergência já está preparada e a equipe médica, a postos para o atendimento. "Todos os nossos médicos e enfermeiras foram treinados em cursos com certificações internacionais para agir rápido, em qualquer situação".
Aberto 24 horas por dia, todos os dias da semana, o Centro de Trauma do Santa Catarina conta com especialistas em diversos cenários graves, como cirurgiões aptos para enxerto de pele ou reimplante de membros, entre outros casos.
"A maioria dos atendimentos, desde que inauguramos o local, há seis meses, é decorrente de acidentes com motocicletas. Em seguida, temos as quedas, principalmente envolvendo idosos, e atropelamentos. Pela nossa localização, na Avenida Paulista, temos percebido um aumento nos traumas causados por patinetes", explica o médico.
O coordenador do local destaca que o maior movimento do Centro de Trauma acontece durante as noites de sexta-feira e sábado. "Infelizmente, por falta de conscientização, ainda há uma ligação entre o consumo de álcool e os acidentes de trânsito".
A agilidade no atendimento é uma das principais características do espaço, sem deixar de lado a humanização e o suporte aos pacientes e seus familiares, características da instituição. "Por conta da situação, a vítima de acidente grave não escolhe o médico que irá atendê-la. O primeiro contato é feito direto no atendimento, por isso a importância de tratar bem".
Empresas também têm procurado o hospital para firmar contrato de atendimento no Centro de Trauma. "Temos acordo com uma distribuidora de energia para receber vítimas de queimaduras ou descargas elétricas".
