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Vice-presidente da SBPC/ML fala sobre a visão das entidades médicas frente à crise da saúde no Brasil

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SBPC

No 1º Congresso Virtual da SBPC/ML, o médico mostrou a situação da pandemia no mundo e fez alertas sobre o número baixo de outros exames

Durante o 1º Congresso Virtual da SBPC/ML, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), Dr. Gustavo Campana, falou sobre o tema “COVID-19 e a crise na saúde do Brasil: visão das entidades médicas”, chamando a atenção para os números de casos no nosso País e no mundo, além de fazer um alerta preocupante sobre a importância da realização de outros exames necessários para outras patologias, além do fato de se fazerem a aplicação de outras vacinas a diversos vírus que estão circulando paralelamente ao SARS-CoV-2.

O Dr. Gustavo disse que a medicina laboratorial sofreu diversos impactos diretos, pois as áreas técnicas de pesquisa e desenvolvimento tiveram alta relevância em conseguir ofertar os exames necessários. “Desde dezembro e janeiro, com os casos conhecidos na China, houve uma correria para entender e conhecer a genômica do vírus e isso possibilitou que tivéssemos um desenvolvimento rápido de testes moleculares para o diagnóstico e isso é um orgulho para nós visto que, em fevereiro, já tínhamos RT-PCR disponível no Brasil”.

Outro ponto importante foram as pesquisas de testes desenvolvidas pelo setor com diferentes metodologias, como o RT-PCR, o sequenciamento de primeira geração, Sanger, Crispr, entre outros. Também houve uma competição global por insumos e equipamentos e hoje isso melhorou muito. Houve um crescimento rápido da demanda e fases diferentes da evolução epidemiológica, com momentos de bloqueios, de diagnósticos, priorização de pacientes graves e assim por diante. Um ponto interessante a se destacar foi o interesse da população e da mídia pelos exames laboratoriais como nunca houve antes.

De acordo com o especialista, a SBPC/ML, em parceria com outras entidades do setor, laboratórios de patologia clínica públicos e privada para validar os diferentes dos, hospitais-escolas e instituições internacionais, teve a iniciativa de avaliar diferentes testes que estão no mercado, a fim de apontar os que realmente são eficazes ou não. Mais informações sobre podem ser acessadas pelo site.

Os impactos indiretos também são pontos de atenção, entre eles a queda relevante no volume de laboratórios, ou seja, vários foram fechados e o desafio foi fazer a gestão dessa demanda. O redirecionamento dos canais de coleta, principalmente das feitas em domicílio, com grande volume, foi extremamente significativo. A instalação de unidades dedicadas à realização de exames específicos de COVID-19 foi muito importante, pois focou em garantir a segurança das pessoas e evitar que os pacientes com suspeita e os crônicos ficassem juntos e pudessem ter mais segurança em fazer seus exames no laboratório. Além disso, a realização de exames de radiologia na casa dos pacientes e a telemedicina fortalece a ideia de que são serviços que vieram para ficar nesse novo normal.

Entretanto, um ponto importante a destacar são os grandes gaps no cuidado dos diferentes tipos de doenças. Os atendimentos dos laboratórios aos pacientes com outras doenças tiveram queda e isso preocupa pelo fato de haver picos ou suros epidemiológicos de outras enfermidades. Entre as baixas estão a cobertura vacinal.

“É importante o setor se ater a isso e focar em como pode auxiliar na saúde da população por reduzir esses gaps, uma vez que são significativos em desfechos clínicos em curto prazo”. De acordo com o especialista, é possível ter mais pacientes com problemas cardiovasculares agudas, com descompensação e com piora de desfecho nos Pronto Socorros. “É preciso planejar e executar alguma forma de direcionar esses pacientes portadores de doenças crônicas. A SBPC/ML, inclusive, está desencolhendo uma pesquisa para entender isso e, em breve, publicará o resultado”, conclui.