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Que profissional você será no mundo pós-pandemia?

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O Dia do Trabalhador, celebrado no dia 1º de maio, será diferente em 2020. O Brasil e o mundo ainda enfrentam a pandemia do novo coronavírus. O isolamento e o distanciamento social continuam sendo as medidas mais usadas para evitar a mitigação da Covid-19. Quem precisa sair de casa, deve usar máscaras e o álcool gel virou acessório indispensável para todos os cidadãos.

Mais de quarenta dias depois, os governadores de alguns estados brasileiros estudam formas para retomar as atividades que estão suspensas. Entretanto, o fato é que nada será como antes. Quem torce para que a vida volte ao normal precisa se acostumar: o mundo não voltará a ser o que era.

Essa realidade afeta, sobretudo, a vida dos trabalhadores. Hoje, muitos profissionais amargam as duras realidades que a pandemia trouxe: desemprego, falência, crise econômica. Por outro lado, estamos acompanhando a volta por cima de muitos segmentos. É a criatividade entrando em cena para driblar os efeitos do coronavírus na economia.

A tecnologia tem sido fundamental para esse tempo de crise. Exemplos não faltam, mas não podemos deixar de citar a absurda expansão do serviço de entrega de comidas por meio de aplicativos e o ensino a distância, que possibilitou a alunos de todos os níveis de ensino a continuar suas atividades acadêmicas sem maiores prejuízos.

Quem ainda era resistente ao uso de tecnologia, precisou se render. Foi preciso aprender a aprender, estudar para se adaptar. Isso trouxe novas relações de trabalho. Algumas mudanças já eram previstas, mas provavelmente o mundo ainda não estava pronto para elas. Foi preciso surgir um vírus minúsculo para acelerar o futuro e trazer a tona todas essas transformações.

Vamos ter que nos adequar a uma nova economia e o trabalho remoto, que era uma coisa improvável para muitos setores, passa a fazer parte da nova ordem. O home office já era uma prática real muito antes da crise, mas boa parte das organizações brasileiras ainda eram resistente por duvidarem da capacidade de autogerenciamento de seus colaboradores.

Então veio a pandemia e de repente nos vimos em casa, fazendo reuniões por aplicativos, despachando demandas por vídeo chamadas e usando todas as formas de tecnologia para manter a produtividade. Segundo levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV), o número de empresas que pretendem adotar o home office após a crise do novo coronavírus deve crescer 30%.

Claro que nem todos os setores poderão funcionar de forma remota, mas a pandemia mostrou que é possível, sim, trabalhar em casa sem perder a produtividade. Isso só foi possível por causa da tecnologia, que passa a ser um ativo da empresa. É a Revolução 5.0 batendo na nossa porta para dizer que é possível, sim, homens e máquinas trabalharem em conjunto de forma a garantir o crescimento econômico, porém sustentável e sem esquecer das questões sociais. As empresas pós-crise serão digitais e centradas em inteligência artificial

Os profissionais da Administração terão que se adaptar a essa sociedade disruptiva. Como gestores e líderes, teremos a missão de garantir que a criatividade e as nossas habilidades trabalhem com a inteligência artificial, mas sem perder valores humanos fundamentais. Teremos que usar essas tecnologias para diminuir as desigualdades, inclusive no campo do trabalho.

Teremos muitas mudanças no curto, médio e longo prazo. Por isso, é impossível voltarmos à normalidade. Ainda não sabemos qual será o "novo normal" da sociedade. Mas, sem dúvidas, precisamos voltar melhor do que antes. Precisamos repensar a nossa postura como cidadãos, empregados e empregadores terão que ter empatia para estabelecer novas relações laborais.

Para este Dia do Trabalhador atípico, a mensagem é: a crise vai passar. Mas precisamos mudar a forma como vemos o mundo do trabalho e a sociedade. Sejam criativos, resilientes e confiantes. A sua postura em meio a crise é que vai definir que profissional você será no pós-pandemia. Parabéns a todos e todas e vamos em frente!

Sobre o autor

Adm. Mauro Kreuz é Presidente do Conselho Federal de Administração (CFA)