Nir Eyal, professor convidado do Stanford Graduate School of Business e Design School, além de empreendedor, falou com o Medicine X sobre motivação e formação de hábitos. Confira aqui os principais pontos da palestra!
– As tecnologias formadoras de hábitos começam como algo que é “legal de se ter” para algo que faz parte da vida. O Nir nos contou que a transformação começa como uma “cápsulas de vitaminas” e gradualmente se torna “cápsulas de analgésicos”, algo que precisamos e queremos ter acesso quando precisar.
– Hábito, de acordo com o Nir, é quando não fazer algo causa dor/incômodo. Fazer algo rotineiramente, então é para tirar o desconforto que o “não fazer algo” pode gerar. Além disso, hábitos se formam como as camadas de pérola: pouco a pouco vamos formando algo que desejamos.
– Através da tecnologia, devemos criar produtos que preencham o sentimento negativo por algo produtivo e que engage. O Nir citou alguns exemplos: Twitter, Facebook, Youtube, Instagram, Pinterest, que usamos para preencher um estado de apatia, de medo de perder amizade , “fear of missing out” – FOMO etc. Qual é a emoção com o qual você uer o seu produto associado? O Nir usou o exemplo do Instagram: temos o incentivo em postar as fotos, seja de uma simples salada, porque não queremos perder o momento e nos faz sentir bem compartilhar as fotos e interagir com os amigos e estranhos
– De acordo com o BJ Fogg, para que qualquer comportamento ocorra precisamos de: motivação, abilidade e gatilho
– O núcleo accumbens, que participa do sistema de prazer através da dopamina e que se localiza no cérebro, é ativado quando nós queremos algo: mas o que ele ativa é o estresse do desejo, ou seja, a antecipação de uma recompensa é um grande motivador, a recompensa não o ativa. E para ativar fortemente o estresse do desejo, o que perseguimos é o fascínio, antecipação, hiato, diferença e surpresa – varibilidade e mistério.
– Para a formação de um plano de negócio que realmente possa engajar e mudar algum hábito do usuário, o Nir propôs o “hook model” (modelo de gancho)
– A fase de investimento não é de dinheiro em si, mas sim de trabalho e tempo. É o ato de preencher com seus dados, de responder uma mensagem, de fazer um input de algo que possa agregar um valor futuro e sirva como motivador e como engajador para os seguintes ciclos.
– Por fim, precisamos sempre ressaltar a responsabilidade moral de quem está planejando fazer algo que mude o hábito. Como muita coisa na ciência, é uma faca de dois gumes e precisamos observar o valor benéfico do produto!