O mercado de saúde suplementar no Brasil apresenta realidades opostas nas duas principais economias do País. Segundo a 104ª edição da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), publicada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), São Paulo liderou o crescimento do setor em fevereiro de 2025, com a adesão de 315,5 mil novos beneficiários em planos médico-hospitalares – um avanço de 1,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Na contramão, o Rio de Janeiro registrou a maior retração do País: foram 101,2 mil vínculos a menos na comparação anual, uma queda de 1,8%.

Os dados reforçam o contraste entre os dois estados mais ricos do Brasil. “A comparação entre Rio e São Paulo evidencia um cenário de contrastes marcantes dentro da região mais desenvolvida do País. Enquanto um estado atrai beneficiários, o outro perde participação”, analisa José Cechin, superintendente executivo do IESS. “Isso representa um desafio para o planejamento do setor.”

Planos coletivos empresariais impulsionam crescimento nacional

No cenário nacional, o número total de beneficiários chegou a 52,1 milhões em fevereiro, um acréscimo de 912,7 mil vínculos em 12 meses – alta de 1,8%. A taxa de cobertura nacional estimada é de 24,4%.

O crescimento foi puxado, principalmente, pelos planos coletivos empresariais, que somam atualmente 37,7 milhões de beneficiários, com expansão de 3,7% no período. Esse modelo já representa 72,1% dos vínculos médico-hospitalares. Por outro lado, os planos individuais ou familiares continuam em queda, com redução de 89,5 mil beneficiários no último ano, retração de 1%.

Perspectivas para o setor ainda são incertas

Apesar do avanço, o futuro ainda inspira cautela. “O crescimento dos vínculos é positivo, mas ainda não é possível garantir que esse comportamento vai se manter”, pondera Cechin. “Vai depender muito do ritmo de crescimento da economia nos próximos meses.”

A íntegra da NAB 104 está disponível no site do IESS.