A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) acompanha os dados divulgados nesta quarta-feira (18) pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que indicam uma recuperação econômico-financeira das operadoras de planos de saúde, especialmente das de maior porte. 

O cenário positivo, no entanto, reforça a necessidade de um debate mais amplo sobre dois aspectos essenciais para os beneficiários da saúde suplementar no Brasil. 

  1. Apesar dos resultados financeiros favoráveis, o setor ainda demanda uma reforma estrutural. O modelo de remuneração permanece baseado em padrões tradicionais, sem priorizar a qualidade dos serviços prestados. Além disso, a ausência de indicadores mais eficazes dificulta a avaliação dos serviços oferecidos aos 52 milhões de brasileiros atendidos pelos planos de saúde. 
  1. O equilíbrio da saúde suplementar depende não apenas das operadoras, mas também da rede de prestadores de serviços. Parte do crescimento financeiro registrado se deve a ganhos de eficiência, mas outra parcela está associada à retenção de pagamentos aos hospitais – um fator apontado nos dados da ANS, embora pouco enfatizado. 

Diante desse cenário, a sustentabilidade do setor exige que a recuperação financeira das operadoras também se reflita no fortalecimento dos prestadores de serviços, que são a linha de frente no atendimento aos pacientes. 

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