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Senegal e Nigéria estão livres do ebola, diz OMS

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- Agência Brasil
Países africanos registraram casos isolados e mantiveram alerta por 42 dias. Doença ainda motivou protestos na Espanha e apelos do presidente americano Barack Obama contra o medo e o pânico

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou oficialmente na sexta-feira (17) e na segunda-feira (20) o Senegal e a Nigéria, respectivamente, como países livres do ebola. No entanto, o surto da doença continua severo na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné-Conacri, onde foram registrados a imensa maioria dos mais de 9 mil casos registrados e cerca de 4,5 mil mortos. Também houve registros na Espanha e nos Estados Unidos.

No Senegal o primeiro caso de ebola foi identificado no dia 29 de agosto, em um jovem que havia viajado para Dakar por terra, saído da Guiné, onde teve contato direto com uma pessoa infectada. Segundo a OMS, a resposta do governo senegalês é um bom exemplo de reação diante de um caso importado da doença. O país, de acordo com a organização, agiu de forma rápida para impedir que a doença se espalhasse.

“O plano de resposta do governo senegalês incluiu identificar e monitorar 74 contatos diretos do paciente, testagem rápida de todos os casos suspeitos, vigilância intensificada nos diversos pontos de entrada do país e campanhas de conscientização de amplitude nacional”, destacou a organização em comunicado.

Ainda segundo a OMS, no dia 5 de setembro, amostras de laboratório do paciente testaram negativo para ebola, indicando que o rapaz havia se recuperado da doença. Ele retornou para a Guiné no dia 18 de setembro.

O Senegal optou por manter um nível máximo de alerta por 42 dias – duas vezes o período máximo de incubação do vírus ebola. “Apesar de o surto ter oficialmente acabado, a localização geográfica do Senegal deixa o país vulnerável a novos casos importados de ebola”, acrescentou a OMS.

A Nigéria também foi declarada livre do ebola após 42 dias de vigilância. “O vírus desapareceu. O surto na Nigéria foi derrotado. Esta é uma história de sucesso que mostra ao mundo que o ebola pode ser contido”, disse o representante da OMS no país, Rui Gama Vaz, em Abuja, capital nigeriana.

Protesto por segurança
Milhares de pessoas participaram no domingo (19) de uma manifestação em Madri para exigir a demissão da ministra da Saúde espanhola, Ana Mato, e do conselheiro de Saúde, Javier Rodriguez, pela gestão dos dois no primeiro caso de ebola na Espanha. Os manifestantes expressaram o apoio à auxiliar de enfermagem infectada pelo vírus, Teresa Romero, que foi o primeiro caso de ebola registrado na Europa.

O protesto, convocado para o terceiro domingo de cada mês, é organizado pela Maré Branca, uma associação de defesa da saúde pública da capital espanhola. À frente da marcha, que teve a participação de um irmão da auxiliar de enfermagem, um cartaz dizia: “Todos com Teresa”.

Os manifestantes exigiam que as autoridades de saúde respeitem os profissionais do setor. A ministra da Saúde tem sido alvo de contestação pela forma como geriu o primeiro caso de contágio de ebola no país, com profissionais de saúde criticando os protocolos aplicados e a formação de profissionais.

O estado de saúde de Teresa Romero continua evoluindo favoravelmente, enquanto os demais pacientes hospitalizados (15) permanecem assintomáticos.

Comissão de combate
Na Alemanha, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier, propôs a criação de uma missão civil na União Europeia para tentar combater a epidemia provocada pelo vírus. Segundo Steinmeier, o objetivo da missão será coordenar os esforços dos países europeus envolvidos na luta contra a epidemia e centralizar o envio de material e profissionais de saúde para as regiões afetadas.

“A Europa deve conjugar melhor as suas capacidades. A Alemanha está formando voluntários para as regiões afetadas”, disse o ministro na abertura da Conferência Mundial da Saúde, em Berlim. Steinmeier referia-se aos mais de 5 mil soldados e pessoal civil do Exército alemão que se inscreveram como voluntários.

A proposta de Steinmeier será apresentada nesta segunda-feira (20), em Luxemburgo, na reunião do Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, que abordará o combate à epidemia de ebola, além de questões relacionadas à situação na Líbia, no Iraque e na Síra, ao Estado Islâmico, ao processo de paz no Médio Oriente e na Ucrânia.

EUA contra o pânico
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu no sábado (18) à população norte-americana para não ceder à “histeria ou ao medo” por causa do vírus ebola. Obama considerou que o país e o mundo enfrentam uma “doença grave”, mas que “não se pode ceder à histeria ou ao medo, porque isso só torna mais difícil transmitir às pessoas as informações necessárias”.

“Temos de ser guiados pela ciência”, comentou o presidente no discurso semanal ao país. Informou que tem enfrentado falsos alarmes, incluindo no Pentágono, onde uma entrada foi fechada depois de uma mulher ter vomitado em um estacionamento. Mais tarde foi divulgado que não havia provas de contágio da mulher.

A posição de Obama surge um dia após o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, ter avisado que a batalha contra a doença estava sendo perdida. Segundo Kim, isso se deve à falta de solidariedade internacional nos esforços para conter a epidemia, já que alguns países estão preocupados apenas com as suas fronteiras.