A tecnologia da informação evolui, potencializa a capacidade humana de produção, e nos torna cada vez mais incluídos, conectados, plugados, antenados. Mas todo esse avanço deve ser coerente com valores que, em sua essência, são muito simples: saúde, bem-estar, convivência harmoniosa com amigos e familiares, contato e conexão com a natureza e o meio ambiente, entre outros elementos fundamentais do que chamamos ?wellness? ou qualidade de vida.A tecnologia da informação pode ser um instrumento importante para a busca de um estilo de vida saudável, mas também pode gerar ansiedade, problemas de relacionamento, de sono e cansaço ? o chamado tecnostress. Pessoalmente, utilizo a tecnologia para atualização científica e comunicação com profissionais de minha área em todo o mundo, através de redes sociais e ferramentas de pesquisa. Na Associação Brasileira de Qualidade de Vida, que reúne empresas e profissionais de todo o país, buscamos integração cada vez mais intensa com a Web 2.0 e realizamos eventos com ?webinars? e ensino à distância (EAD). Mesmo reconhecendo a importância de ?surfar? nessa rede eletrônica, periodicamente busco momentos de parada, sem e-mails, celulares ou leituras no ?Kindle?. Esses momentos contribuem para retomar o foco, buscar a paz interior e recuperar a concentração, muitas vezes perdida em meio a um sem número de tarefas que fazemos. A tecnologia, companheira em nossa luta diária contra o relógio, deve fazer parte da nossa vida na medida exata. Nem mais, nem menos. Certamente algumas profissões estão totalmente voltadas para o universo tecnológico, mas mesmo elas precisam ter suas válvulas de escape. É necessário que as empresas de tecnologia desenvolvam programas de qualidade de vida no ambiente corporativo, apropriados à realidade desses profissionais. É preciso ressaltar que a tecnologia não é ?inimiga? da qualidade de vida, muito ao contrário. O uso de ferramentas tecnológicas já se tornou aliado de milhares de programas de qualidade de vida nas empresas. A internet tem sido utilizada cada vez mais para disseminação de informações, realizar avaliações, orientações e acompanhamento. Neste contexto, os gestores dos programas de qualidade de vida têm a missão de selecionar as informações que apresentam embasamento científico e que são eficazes para ajudar as pessoas a terem melhores níveis de saúde. A necessidade de gerenciamento vai requerer, inclusive, um avanço ainda maior da tecnologia no universo dos programas de qualidade de vida. Se houver equilíbrio e bom senso nesse tipo de aplicação, a tecnologia poderá contribuir ainda mais para uma mudança positiva no comportamento das pessoas, o que, em suma, é o que se espera de qualquer esforço que busque melhorar a qualidade de vida em uma determinada população.