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Preocupação com o futuro da saúde suplementar

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Debate entre especialistas aborda a crise estrutural que o setor vive

Com dados inéditos do setor, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) lançou o Observatório 2023, uma das mais importantes publicações da entidade, que traz, anualmente, a compilação e análise dos principais indicadores da saúde.

Após a apresentação do material, o time de especialistas presentes participou de um debate sobre os principais desafios da saúde suplementar e pública.

O bate-papo, moderado por Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp, contou com André Medici, economista de saúde; Ary Ribeiro, co-editor do Observatório Anahp; Renato Casarotti, vice-presidente de Relações Institucionais do UnitedHealth Group Brasil; e Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde.

A avaliação dos dados de 2022, compilados entre os hospitais associados da entidade, aponta para uma retomada, em termos operacionais, aos patamares anteriores à pandemia. No entanto, embora o Observatório 2023 aponte para aumento no número de internações e mudança no perfil epidemiológico – com importante queda nos atendimentos por doenças infecciosas em razão do arrefecimento dos casos de Covid-19 –, o cenário socioeconômico brasileiro impacta severamente o setor.

Segundo Medici, a saúde suplementar enfrenta, hoje, uma crise estrutural. “Esse problema pode se estender se não tivermos uma reação rápida em conjunto com todas as frentes.”

Ribeiro reforçou que os números do ano passado revelam a pressão no sistema. Pontos cruciais, como o aumento do índice de glosas e prazos de recebimento precisam ser avaliados, de acordo com o especialista, considerando em seu contexto o aumento na tensão nas relações entre hospitais e operadoras. “Antes de apontar o dedo, precisamos avaliar cada um dos lados para, efetivamente, propor soluções eficazes para todos.”

Neste aspecto, Vera complementou que, entre outros dados impactantes, a sinistralidade bateu recorde, atingindo uma taxa de 90,17% no terceiro trimestre de 2022 – o maior valor desde 2012. “Precisamos partir para ações concretas para garantir a sustentabilidade do sistema”, ressaltou.

Para Casarotti, não há como pensar em saúde suplementar sem avaliar os impactos causados pela gestão da saúde pública brasileira e suas especificidades, bem como as diferenças socioculturais de cada região do país. Por fim, apontou que o setor necessita de um plano que funcione para todos, “caso contrário estaremos apenas criando uma ilusão de acesso aos serviços”.

Para assistir ao debate na íntegra, acesse o canal do YouTube da Anahp. Veja também o conteúdo completo do Observatório 2023, disponível para download no site da Anahp.