Determinar qual o custo social de uma doença é uma tarefa que vai muito além do financeiro e inclui custos diretos e indiretos. No geral, ao contabilizarmos, incluímos somente as despesas médico-hospitalares, laboratoriais e de medicamentos, mas o impacto financeiro de uma doença pode ser determinado por diversas outras variáveis.
No contexto da saúde, podemos citar os cursos direto e indireto, sendo diferentes por definição. O custo direto é aquele que decorre dos cuidados de saúde ou do tratamento de doenças e podem ser arcados pelo paciente, pelo governo, plano privado ou por todas essas cadeias, segundo Iunes, em 2002. Alguns dos exemplos que podem ser dados são: serviços médicos, internação, exames, medicamentos, dentre outros.
Já os custos indiretos se referem ao paciente e a terceiros, mas não necessariamente estão associados ao tratamento da doença. No geral, são relacionados à diminuição de produtividade devido à condição do paciente, já que esta condição pode levar a perda de funções orgânicas e de trabalho.
Além desses dois, podemos citar ainda o custo externo, que é um prejuízo causado a terceiros sem que o ônus financeiro seja imposto a quem o causou, como o custo de cuidados domiciliares, perda de renda por morte, anos potenciais de vida perdidos, sendo tangíveis e, ainda, custos psicológicos e lutos, como custos intangíveis.
Como as variáveis são relativas e quase impossíveis de serem previstas, o custo social de uma doença, no geral, é feito por aproximações ou, ainda, por avaliações parciais. Em 2007, em relação a casos de leptospirose, Souza et al. utilizaram para a medição apenas os custos associados à hospitalização e aos prováveis anos perdidos por morte ocorrida em decorrência da leptospirose.
É importante salientar que, por mais que os modelos econômicos sejam alterados e melhorados para este tipo de avaliação, dificilmente teremos um valor real de qual o custo social de uma doença e do impacto financeiro que isto terá.
