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Para startups, captar recursos e internacionalizar estão na mesma página

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- Bruno Cavini
Medicinia, Projeto CIES, Saúde Controle, Natue e Softex debatem o processo de atuação fora do País, seus riscos e benefícios

Com espírito empreendedor, modelo inovador e, em geral, de baixo custo, as startups prometem crescimento escalonado e, sendo assim, também almejam o cenário internacional. De olho no potencial dessas iniciativas, a Live Healthcare Mídia  reuniu na última quarta-feira (27) startups de diferentes perfis do setor de saúde para discutirem suas experiências e visões sobre um tema em comum: a internacionalização



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Por onde começar? Quais são os riscos e benefícios? Essas e outras perguntas foram estimuladas por uma plateia participante e respondidas pelas seguintes empresas convidadas para o debate: Medicinia, Projeto CIES (Centro de Integração de Educação e Saúde), Saúde Controle, Natue e Softex. Para se ter uma ideia existem nesse mercado, ainda pouco mensurado no Brasil, mais de 10 mil startups. Só em 2012, elas movimentaram quase R$ 2 bilhões, segundo ABSartups (Associação Brasileira de Startups).

Durante o debate, o que deu para sacar, baseado na experiência de todas elas, é que dois fatores são importantes para a internacionalização: prospectar parcerias e captar recursos; em geral através de fundos de investimentos tanto nacionais quanto estrangeiros.

Por onde começar?
Se você é uma startup, é quase inerente pensar grande, pensar além das fronteiras. Portanto, ter isso em mente, ter isso como meta, já abre caminhos para os contatos necessários, em geral, feitos por meio de prospecção, participação em eventos internacionais e contratação de serviços que facilitem essa aproximação.

No caso do projeto CIES, que dá acesso a exames médicos de média complexidade por meio de unidades móveis, a possibilidade de expandir sua atuação para Lima, no Peru, e Bogotá, na Colômbia, está sendo negociada com os governos locais. “Sempre estamos em busca de empresas parceiras e faculdades internacionais”, contou o diretor -médico, Marco Cezario, lembrando sobre o forte impacto social que o CIES tem nas regiões onde atua.

Há aquelas que já nasceram totalmente íntimas de um ecossistema global, como é o caso do Medicinia, fundada em 2012 a partir do aporte de capital do fundo americano Monashees, com o propósito de ser uma plataforma de comunicação entre as equipes envolvidas nos diversos Medicinia.

Hoje hospitais como o HCor (SP) e Mãe de Deus (RS) são clientes da startup. “O Medicinia representa algo que já se faz no exterior. Fizemos o caminho inverso”, contou Daniel Branco, que fundou a companhia com o intuito de melhorar a ineficiência e o desperdício gerado pela falta de comunicação tanto do ponto de vista clínico quanto operacional de clínicas e hospitais.

Como conquistar um investidor?
Obviamente não há regras. Há muitos casos de investimentos feitos em cima apenas de ideias promissoras, como foi o caso da plataforma online Saúde Controle, desenvolvida para armazenar e reunir em um só lugar informações de saúde, podendo ser comercializada tanto para o consumidor final (b2c) quanto para empresas de modo geral (b2b).

“Captar recurso não é fácil, é preciso sensibilizar o investidor. Um investidor acreditou em nossa ideia e no relacionamento que tivemos. Não tínhamos nenhum tipo de receita quando aconteceu o aporte”, contou Rubens Amadeu, do Saúde Controle. No entanto, Amadeu ressaltou que ter um negócio estruturado, com receita e contratos fechados, certamente facilita a entrada de um fundo.

Para Fábio Katayama, fundador da Natue, a performance da empresa é que define se vai levantar capital ou não. “O fundo é uma validação. Abre portas, fortalece a marca, mas o mais importante é saber qual a qualidade do fundo, saber se tem relevância no setor em que atua, se tem expertise para ajudar”, ressaltou. Fundada em dezembro de 2012, a Natue, loja online de produtos naturais, recebeu aporte da empresa alemã nu3 em 2013, o que tem potencializado a comercialização fora do País. Hoje o site recebe por mês 1,5 milhão de visitas e mais de 20 mil pedidos.

Com experiência em promover missões comerciais, inclusive na área de Saúde, aproximando grupos de empresários brasileiros a investidores estrangeiros, Carlos Leitão, da Softex, alertou para a importância da maturidade na hora de internacionalizar.

“A Softex traz ao Brasil compradores da área de TI em Saúde. Nossos consultores prepararam as empresas para receber esses compradores”, explicou. Leitão lembrou que as ações de negócios são sempre estruturadas a partir do nível de maturidade da empresa interessada em internacionalizar-se.

O lado bom e ruim de um investidor estrangeiro

Bom:

Dentre os muitos benefícios citados pelos executivos durante o bate papo, alguns foram: ajuda a identificar tendências, facilita acordos comerciais, apresenta novos modelos de negócios, gera ganho de credibilidade perante fornecedores e consumidores e compartilha informações relevantes.

Ruim:
Para Katayama, da Natue, há uma tendência de superestimar as sinergias com os investidores de fora. No caso da Natue, a realidade dos países é completamente diferente, o que dificulta replicar o mesmo modelo. Também é comum, segundo ele, subestimar o esforço para internacionalizar, pois há muitos assuntos que não refletem a demanda local. “Preparam suas agendas e seu time”, alertou.

“Reservar agenda para reuniões dá trabalho. Isso, muitas vezes, causa distração na operação da empresa”, pontuou Branco.