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Onde cresceu e onde reduziu o volume de beneficiários de planos de saúde em 2019?

Article-Onde cresceu e onde reduziu o volume de beneficiários de planos de saúde em 2019?

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Saúde Suplementar Regulada em 2019 cresce apenas em 11 Estados em Assistência Médica, e em 25 Estados em Assistência Odontológica

Para os que têm menos intimidade com o tema, temos 1 sistema de financiamento público da saúde no Brasil (o SUS) e 2 sistemas de financiamento privados:

·         A Saúde Suplementar Regulada, que é regrada pela ANS e só tem a ver com aquilo que ocorre envolvendo as operadoras de planos de saúde que ela regula;

·         E a Saúde Suplementar não Regulada, que não tem a ver com operadoras de planos de saúde, apesar de não possuirmos indicadores sólidos afirmamos que é maior que a regulada, e até tem alguns “tentáculos” na própria regulada: por exemplo as contas “particular diferença” que existem nas internações por convênios, se é que me entende!

Aqui estamos tratando apenas da “Saúde Suplementar Regulada”.

No geral a saúde suplementar no Brasil em 2019:

·         Ficou estagnada em relação aos planos de assistência médica. Em 2018 a ANS contabilizou 47.100.199 de beneficiários de planos de saúde, contra 47.039.648 em 2019. Uma queda de 60.551 beneficiários em um universo de mais de 47 milhões é “mais ou menos nada”!

·         E cresceu, e muito, em relação aos planos exclusivamente de assistência odontológica. Em 2018 eram 24.284.845 beneficiários e apenas um ano depois 26.024.494. Um acréscimo de 1.739.649 em um universo de 24 milhões é muito!

A figura demonstra a evolução do volume de beneficiários de planos de saúde entre 2018 e 2019 – é parte integrante do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil.

A figura demonstra que em 2019, comparando com 2018:

·         Ao contrário das expectativas o número de beneficiários de planos de saúde de assistência médica no Brasil diminuiu 0,13 %

·         E os de planos de assistência odontológica cresceu “incríveis” 7,16 %.

A figura mostra claramente que a evolução é muito diferente em cada uma das unidades federativas – plano de saúde é um produto completamente diferente em cada local, embora ainda tenha quem defenda as mesmas regulamentações em todo o território nacional.

Analisando a distribuição em forma gráfica, teve UF com queda de mais de 8 % em volume de beneficiários AM, e teve UF com aumento de mais de 5 % - uma variação de 13 % entre ambas demonstra como a realidade da saúde suplementar é tão diferente de um local para outro e isso pode ser comprovado também se avaliarmos a evolução dos beneficiários de planos odontológicos:

·         O Estado do Tocantins é tão fora da curva em relação ao demais que utilizando o mesmo recurso de ilustração gráfica ele ofusca os demais;

·         E mesmo tirando Tocantins vemos a variação de queda de 6,32 % em uma UF, e aumento de 23,13 % em outra, ou seja mais de 30 % de variação;

·         E é interessante notar que mesmo tendo crescido 7,6 % no Brasil, em algumas UF’s tivemos queda de volume de beneficiários.

O capítulo do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil disponibiliza ferramentas que oferecem muitas possibilidades de análise da evolução da saúde suplementar regulada, gostaria de encerrar citando algo já comentado em outras análises.

Mesmo com a queda geral no Brasil, o volume de beneficiários de planos de saúde na Região Centro-Oeste cresceu quase meio por cento:

·         A região continua apresentando a tendência de ser a melhor oportunidade comercial para a saúde suplementar regulada;

·         O agronegócio continua bancando a expansão.

Ela não é a de maior expansão em planos exclusivamente odontológicos:

·         Mas isso não significa que a expansão das outras é maior que ela em odontologia;

·         Vamos lembrar que onde o poder aquisitivo é menor o beneficiário compra o plano exclusivamente odontológico – este argumento pode (pode) ser sustentado avaliando que a região norte é a que apresenta maior crescimento neste produto;

·         Onde o poder aquisitivo é maior o beneficiário faz a compra casada (médica + odontológica) e este é o viés da observação deste indicador.

Como discutimos no ano passado nos seminários para entrega do Estudo Geografia Econômica da Saúde no Brasil, quem planeja investir na saúde suplementar nunca deve analisar somente a quantidade de beneficiários de planos de saúde – são igualmente importantes os demais indicadores do estudo (Per Capita, Per Área, Per PIB, Per Capita SUS). Como aqui o espaço é curto, vamos comentar apenas 1 deles.

Este gráfico demonstra a distribuição Per Capita por UF de beneficiários de planos de assistência médica:

·         Comparando com o de evolução, vemos que o crescimento está, na maioria dos casos, nas UF’s onde a relação é menor;

·         As UF’s “mais escurinhas” eram o alvo das operadoras nos anos anteriores, agora elas vão onde a densidade de beneficiários em relação à população é menor;

·         As UF’s do Centro-Oeste na média estão menos saturadas que as demais.

A afirmação fica bem mais evidente neste gráfico que demonstra o indicador Per Capita de Beneficiários de Planos exclusivamente odontológicos:

·         Nota-se que, mesmo com o enorme crescimento observado no gráfico de evolução, Tocantins ainda está “bem mais clarinho” que a maioria dos demais, ainda tem oportunidade de negócios lá;

·         Neste também as UF’s do Centro-Oeste na média estão “mais clarinhas” que as das demais regiões.

Não por coincidência, o maior volume de downloads do livro gratuito do Modelo GCST, e o maior volume de consultas que recebo sobre gestão de rentabilidade de planos de saúde, vem das regiões metropolitanas que possuem proporcionalmente menos beneficiários per capita: são novas singulares, auto gestões e medicinas de grupo regionais, especialmente as da Região Centro-Oeste. Na verdade demandam também o curso de faturamento SUS desenvolvido para operadoras de planos de saúde, porque nestas regiões as operadoras que têm recursos próprios não conseguem conciliar o que o SUS pede de ressarcimento pelo uso que seus beneficiários fazem da rede pública.

Sobre o autor Enio Jorge Salu

Histórico Acadêmico

·  Formado em Tecnologia da Informação pela UNESP – Universidade do Estado de São Paulo

·  Pós Graduação em Administração de Serviços de Saúde pela USP – Universidade de São Paulo

·  Especializações em Administração Hospitalar, Epidemiologia Hospitalar e Economia e Custos em Saúde pela FGV – Fundação Getúlio Vargas

·  Professor em Turmas de Pós Graduação na Faculdade Albert Einstein, Fundação Getúlio Vargas, FIA/USP, FUNDACE-FUNPEC/USP, Centro Universitário São Camilo, SENAC, CEEN/PUC-GO e Impacta

·  Coordenador Adjunto do Curso de Pós Graduação em Administração Hospitalar da Fundação Unimed

Histórico Profissional

·  CEO da Escepti Consultoria e Treinamento

·  Pesquisador Associado e Membro do Comitê Assessor do GVSaúde – Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da EAESP da Fundação Getúlio Vargas

·  Membro Efetivo da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares

·  CIO do Hospital Sírio Libanês, Diretor Comercial e de Saúde Suplementar do InCor/Fundação Zerbini, e Superintendente da Furukawa

·  Diretor no Conselho de Administração da ASSESPRO-SP – Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação

·  Membro do Comitê Assessor do CATI (Congresso Anual de Tecnologia da Informação) do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getúlio Vargas

·  Associado NCMA – National Contract Management Association

·  Associado SBIS – Sociedade Brasileira de Informática em Saúde

·  Autor de 12 livros pela Editora Manole, Editora Atheneu / FGV e Edições Própria

·  Gerente de mais de 200 projetos em operadoras de planos de saúde, hospitais, clínicas, centros de diagnósticos, secretarias de saúde e empresas fornecedoras de produtos e serviços para a área da saúde e outros segmentos de mercado