Este tópico foi solicitado pelo leitor Adriano Caldart através do SeuES. Muito obrigada pela sugestão!
O que é?
O cartão de saúde é um programa para pagamento pré ou pós-pago que oferece consultas e exames a preços reduzidos. Em alguns casos, é oferecido desconto em redes de farmácia e outras vantagens, como academias e atividades físicas, em geral.
Quanto à posição da ANS, podemos ver em um comunicado de 2010 que:
"A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) esclarece que as operadoras de planos privados de assistência à saúde são proibidas de participar da operação de produtos que não sejam planos de saúde. Sendo assim, as modalidades “cartão-desconto” e “cartão pré-pago” não podem ser oferecidas por essas empresas ou estar vinculadas às mesmas."
Já quanto ao CREMESP, a posição é de que:
"A prática de oferecer cartões de desconto ao consumidor, por parte das operadoras ou mesmo de empresas que nada têm a ver com saúde, vem resistindo às resoluções do Conselho Federal de Medicina e às advertências da ANS. Ao longo de mais de uma década, os cartões de desconto vêm aparecendo e reaparecendo no mercado com os mais diferentes disfarces. O mais comum são empresas que encaminham pacientes aos médicos e chegam a oferecer descontos, financiamentos ou parcelamentos como brindes embutidos em outros negócios que nada têm a ver com saúde."
Não é proibida, no entanto, a comercialização deste tipo de produto por outras empresas que não são operadoras de planos de saúde. O problema, para estes órgãos, é que muitos destes cartões se passam por planos de saúde e outros tratam a saúde como puro comércio, indo contra as diretrizes propostas por ele.
Cenário atual: Brasil x EUA
Nos Estados Unidos, muitas empresas possuem este tipo de cartão de desconto, mas há o mesmo receio que no Brasil. Segundo a Coalition Against Insurance Fraud, muitas empresas se passam por seguradoras de saúde, muitas vezes há taxas escondidas no procedimento ou o plano é, ainda, falso.
Mesmo para as empresas corretas e sem fraudes, há controvérsias sobre o real benefício que este tipo de cartão oferece. Segundo Kelly Montgomery, especialista em políticas de saúde dos Estados Unidos, os cartões não te previnem de uma altos custos médicos associados a doenças crônicas ou sérias contusões e, no geral, eles oferecem um número limitado de desconto, dando sensação de segurança quanto aos custos, mas não oferecendo toda a cobertura de um plano de saúde.
Por que preocupa as seguradoras? Preocupa mesmo?
Este tipo de cartão pode ser comprado por pessoas de classe C, que não possuem plano de saúde e utilizam os cartões quando há necessidade de realização de algum exame, por exemplo. As classes A e B também podem ser consumidoras, na medida em que recebem descontos para pagamentos out-of-pocket em clínicas e profissionais associados.
No Brasil, por enquanto, não há grande preocupação das seguradoras de saúde, já que o plano de saúde é o terceiro maior desejo da população brasileira, atrás, somente, da casa própria e da educação. Além disso, entre os motivos pelos quais os brasileiros procuram os planos de saúde, encontra-se a segurança, fator que, como especificado por Kelly, não é garantido pelo cartão de saúde.
Fonte do gráfico: Folha
Qual o futuro?
Ainda não sabemos como será o futuro dos cartões de saúde. Muito depende das posições a serem tomadas pela Anvisa e pelos Conselhos de Medicina, por exemplo. Acredita-se que há um gap para este tipo de serviço em situações de pagamento particular e out-of-pocket.
Exemplo de cartão de saúde brasileiro: Clubsaúde
Exemplo de cartão de saúde americano: ACS
Quer receber matérias como essa em seu email?
[mc4wp_form]
