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O mundo digital é o universo e o DNA da Samsung

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No Brasil, a história da Samsung no mercado de healthcare vem desde a compra da Medison, empresa de ultrassom, em 2011. Globalmente, a coreana já vinha trabalhando em algumas iniciativas, mas somente com a aquisição entrou nacionalmente na área médica de imagens e desde então está desenvolvendo raio-x, ressonância, tomografia, para citar. Nelson Ozassa, Diretor de Healthcare da Samsung, e Bruno Cestari, Gerente Comercial da Divisão de HME, nos receberam para um café para conversar sobre a visão da empresa em inovação e experiência do usuário.

A Samsung, conhecida do público por seus eletrônicos, está passando por uma reestruturação que deve se finalizar este ano. Nelson entrou na companhia, em 2016, com a missão de reorganizar a estrutura e trazer pessoas capacitadas para a atuação na área de equipamentos médicos. “Aqui no Brasil, nós trabalhamos muito para dentro da empresa, e este ciclo está se encerrando neste ano. O ano passado foi fantástico, e esse ano estamos consolidando esta estrutura.”, disse ele.

Apesar da dinâmica operacional ser completamente distinta em healthcare, o executivo vê uma migração de tecnologia muito fácil entre os produtos B2C e os equipamentos de saúde. “Quando você olha empresas que já nasceram em healthcare, o digital vem sendo falado recentemente, coisa de 4, 5 anos, pelo menos de forma mais aberta para o mercado. A Samsung já vive no universo digital, é uma potência que atua em uma série de outras indústrias, além de eletrônicos”. Nelson continua explicando que é muito mais um trabalho de acesso e averiguação do que o mercado necessita do que uma dificuldade tecnológica na elaboração de otimizações e novos produtos.

“Eu não conhecia a cultura corporativa de uma empresa como a Samsung. Na primeira vez que visitei a Coreia, fui com algumas demandas de desenvolvimento e, dividindo com algumas pessoas, eu percebi que era tudo muito simples. E aí, as questões que entram ou não na implantação de uma feature no equipamento, são de alinhamento estratégico”. Nelson diz que especialmente em pontos como qualidade de imagem, segurança de dispositivo e eficiência, são temas adaptáveis e que fazem toda diferença no diagnóstico.

Bruno, Gerente Comercial da Divisão de HME, conta que um bom exemplo do desenvolvimento, que já vem da tecnologia Samsung, e foi moldado pensando nos usuários dos produtos é o Hello Mom. Analisando os exames de obstetrícia, no qual médicos entregavam a gravação do ultrassom completo para a gestante ao final do procedimento, eles notaram que o protocolo não acompanhava a tecnologia e havia um impacto muito grande na experiência do usuário. Atualmente, poucas pessoas têm acesso a um DVD em casa, ou até mesmo no notebook, some isso ao fato de que reuniões familiares físicas estão se concentrando cada vez mais em datas comemorativas (o que não significa falta de proximidade com as redes sociais). Havia um forte indício, já demonstrado pelos próprios usuários, que faziam fotos e vídeos pelo celular do exame, de que a experiência deveria mudar.

A empresa desenvolveu então uma aplicação mobile que se conecta ao ultrassom via Wi-Fi. Nela a paciente consegue receber a parte que lhe interessa do exame, de forma descomplicada. “No mesmo momento o usuário recebe fotos e vídeos do feto, além de áudios da batida do coração. Os arquivos podem ser compartilhados com a família. A experiência ficou muito mais fácil, rápida e com qualidade. Completa.”, disse o diretor.

No ano passado foram investidos cerca de US$ 15 bilhões em P&D na empresa. Bruno destaca que embora muito da inovação venha do headquarter, há uma troca grande de ideias em relação à melhoria dos produtos e respostas rápidas dos feedbacks entre as equipes. “Quando falamos em hardware, algumas adaptações que fizemos, por exemplo, na transição da Medison, foram na área de segurança da informação com SSDs mais rápidos e seguros, e na área de qualidade de imagem, com monitores de LED, em vez de LCD. Isso é o DNA Samsung aplicado em saúde para um melhor diagnóstico e conforto para o médico e paciente.” Já na parte de software de gestão, há projetos, mas eles ainda estão sendo lançados.

Como estratégia global em saúde, a empresa aposta em melhorar a acessibilidade através da tecnologia, ter mais eficiência nos processos e mais assertividade dos diagnósticos que são realizados. “Já ouvimos essas palavras em iniciativas de muitos outros players, mas em separado, junto são um objetivo muito grande. Para nós, fazia muito sentido, quando olhamos as iniciativas do passado, e vimos o que já tínhamos na mão, pensamos em fazer uma estratégia só.”, conta Nelson.

Para ilustrar, o gerente Bruno explica como a linha de produtos está seguindo esse caminho. Segundo ele, a empresa desenvolveu a tecnologia do raio-x do zero, e o principal carro chefe é um raio-x móvel que foi lançado há 3 anos fora do Brasil - aqui ainda não há operação desse tipo de equipamento. Também buscando mobilidade, eles possuem ultrassons portáteis para áreas remotas e tomógrafos móveis.

A ressonância de extremidades, que hoje possui um protótipo em teste e aguarda lançamento global, é um equipamento menor e tem uma certa flexibilidade de local. Diferentemente dos equipamentos de extremidade convencionais, que possuem arquitetura similar à grande, só que em tamanho reduzido, nesta, o magneto (item responsável pela criação do campo magnético na região do exame) é refrigerado a água em vez de hélio.  Outro exemplo de acessibilidade, um projeto nos EUA e Europa, de colocar tomógrafos móveis nas ambulâncias para agilizar o atendimento em casos de urgência, aumentando as taxas de sucesso do paciente.

A empresa ainda possui outras soluções em healthcare nas áreas de VR e gerenciamento de saúde, com o Health Samsung, um aplicativo de monitoramento e insights sobre como levar uma vida mais saudável disponível.

Para fechar a entrevista, Nelson reforça a mensagem de que o mundo digital é o universo e o DNA da Samsung. “O que o mercado de saúde vê como inovação, para os nossos desenvolvedores, pode ser trivial. Agora estamos em um momento de conduzir o conceito  [de tecnologia] para o que queremos [como negócio]”