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Mercado brasileiro de derivados medicinais da maconha mostra-se promissor

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Discussões sobre cannabis medicinal nunca estiveram tão aquecidas nas esferas pública e privada do Brasil.

Discussões sobre cannabis medicinal nunca estiveram tão aquecidas nas esferas pública e privada do Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou em janeiro deste ano uma proposta que simplifica a importação de produtos derivados do canabidiol, uma substância não psicotrópica extraída da planta Cannabis, conhecida popularmente como CBD.

Os remédios à base de CBD são indicados para casos em que outras formas de tratamento não demonstram eficácia. A sua venda é feita com apresentação de receita médica de controle especial, que agora pode ser solicitada on-line e, segundo a Anvisa, a análise do pedido demora cerca de 75 dias. Esses medicamentos apresentam potencial terapêutico para o tratamento de doenças psiquiátricas ou neurodegenerativas como esclerose múltipla, esquizofrenia, mal de Parkinson, epilepsia, ansiedade, entre outras.

Dados da BDSA (The National Cannabis Industry Association, em inglês), um centro de pesquisa com experiência no atual mercado regulamentado de cannabis, revelam que, em 2020, o mercado legal mundial de cannabis chegou a movimentar US$ 21,3 bilhões. O volume pode atingir US$ 55,9 bilhões até 2026.

No mundo, Canadá e Uruguai legalizaram a maconha para uso recreativo e medicinal. Nos Estados Unidos, 16 estados liberaram o uso recreativo e medicinal e 36 estados liberaram o uso medicinal. Recentemente, no México, abriu-se processo de liberação para fins medicinais e recreativos.

De acordo com analistas de investimentos, esse é um mercado com potencial expressivo, já que o ecossistema canábico, independentemente de decisões regulatórias que seguem pendentes, vem sendo impulsionado mundialmente por players internacionais, startups, aceleradoras, médicos ativos na causa e, claro, pelo aumento do interesse por parte de pacientes.

No entanto, o caminho para a legalização é um processo demorado no Brasil porque o uso da droga ainda é visto como um tabu. Mas a facilitação da importação de produtos com CBD, aprovada pela Anvisa, significa uma sinalização importante para o mercado, pois diversos tipos de itens, não apenas medicamentosos, estão atraindo consumidores, como cosméticos, tecidos e até uma espécie de plástico biodegradável.

Entusiastas do mercado de Cannabis também apontam que a permissão do cultivo da planta no Brasil geraria diversas oportunidades comerciais com a “nova” commodity. Além do potencial agrícola, o país poderia se tornar um produtor de medicamentos à base de CDB.