A Medial Saúde acaba de anunciar a aquisição do SAE Laboratórios por R$ 12,3 milhões. Depois de uma negociação intensa iniciada em setembro deste ano, o grupo optou pela compra para ampliar a atuação no centro de São Paulo. "O SAE possui dez unidades espalhadas na zona leste, sul e central da cidade. Assim, teremos unidades que vão cobrir unidades que até então não tínhamos cobertura. E, mesmo assim, não haverá sobreposição de unidades", conta o diretor da UN Diagnósticos, Cláudio Marote, da vertical da Medial focada no segmento.
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Com a aquisição, a estratégia da Medial é aumentar em 25% o número de unidades, o que deve trazer um incremento de 20% na receita. Em 2007, a receita bruta do SAE foi de R$ 15,3 mil. O SAE Laboratórios oferece serviços diagnósticos em análises clínicas e medicina diagnóstica a pacientes, médicos, hospitais, empresas e planos de saúde. "Uma parte da receita do SAE é advinda de prestação de serviços de apoio a outros laboratórios, com abrangência nacional, o que é uma área interessante do ponto de vista estratégico da Medial", pontua Marote. A expectativa da UN é encerrar este ano com um faturamento de R$ 100 milhões.
Mesmo com a premissa de preservar e aumentar o valor da empresa adquirida, o diretor já antecipou o desejo da Medial em incluir no médio prazo o SAE na linha de serviços oferecidos pela Total Laboratórios, um dos braços de diagnóstico da Medial focado em um público de baixa renda. "Mas inicialmente não iremos mudar a identidade visual. Agora, vamos investir em sistemas, processos e capital humano para gerar uma sinergia ainda maior com a Medial", assinala. Fechado o negócio, a Medial contará com um total de 59 unidades laboratoriais.
De acordo com o executivo, a precificação da aquisição não teve um barateamento diante da crise econômica. "Olhamos o negócio no longo prazo. A definição do preço foi baseada na capacidade de crescimento e margens de lucro", diz. O pagamento será realizado em três parcelas: a primeira, 50% do valor total, no ato da assinatura da alteração do contrato social do SAE Laboratórios e transferência das quotas para UN Diagnósticos; a segunda, 25% do valor, no 12º mês após aquisição; e a terceira, também 25% do valor da aquisição, no 24º mês.
Mais do que isso, o mercado de medicina diagnóstica tem se mostrado cada vez mais promissor. Dados da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial apontam que os laboratórios clínicos contribuem para menos de 5% dos custos de atenção à saúde e influenciam entre 60% e 70% das decisões críticas de diagnóstico e tratamento. Além disso, nos anos 1950 haviam 100 tipos de exames disponíveis. Hoje, este número já passa de 5,6 mil. "Enxergamos na medicina diagnóstica um mercado em crescimento", pontua Marote.
Mesmo assim, a companhia ainda deve apostar em outros nichos. "Existem negócios em análise tanto para aquisição de operadoras, quanto hospitais e empresas de medicina diagnóstica. Vamos manter a operação verticalizada", conclui.
