O enfoque tecnicista e a visão que prioriza exclusivamente aspectos tecnológicos da medicina perdem espaço no novo conceito de Residência Médica que o Ministério da Educação (MEC) começa a implantar no Brasil, como resultado de amplo debate com entidades médicas e o meio acadêmico. A idéia da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) do MEC é revisar os currículos de todas as especialidades médicas para valorizar, acima de tudo, os princípios humanísticos da assistência à saúde, além das particularidades regionais, com ênfase, simultaneamente, na promoção de saúde, na prevenção, na eficácia do diagnóstico e do tratamento, na reabilitação e reintegração à sociedade.
Na prática, a CNRM já deu os passos iniciais para a revisão completa do currículo da residência médica. Algumas especialidades, como a Neurocirurgia, a Ginecologia e Obstetrícia, a Cirurgia Geral e a Ortopedia, iniciaram o projeto de adequação do ensino às demandas atuais básicas para um melhor atendimento aos pacientes e para o eficiente exercício social da medicina. É possível dizer que foram espécies de precursoras desse grande movimento que objetiva oferecer à assistência médica uma face mais moderna e, ao mesmo tempo, muito mais humanizada.