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Margaret Chan defende o cuidado universal, mas sabemos o que é isso?

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- commons.wikimedia.org
Para a diretora da OMS, a saída para uma saúde mais justa está em ações deliberadas em prol do cuidado de todos

“Cuidados de saúde universais são um poderoso instrumento para combater a desigualdade”. O depoimento de Margaret Chan, diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), desta terça-feira (10), pode trazer uma reflexão para o Brasil. A partir da frase podemos pensar que o Sistema Único de Saúde (SUS), que originou o sistema de saúde brasileiro, é o modelo ideal a ser seguido, afinal foi estabelecido sob o preceito da universalidade. Entretanto, o contexto é mais complexo que isso. 


A permissão do
capital estrangeiro em hospitais e clínicas, sancionada pela presidente Dilma Rousseff, mais uma vez evidenciou as divergências ideológicas presentes em nosso País – ainda enraizadas no velho capital x social ou na visão de que o lucro é gerado em detrimento do interesse de todos. 

Mas a questão é: será que o SUS, sendo regido sobre o Estado, garante que os
cuidados de saúde estão sendo pensados sob a égide universal? 

Como chegar no real
cuidado universal?

Pelo que estudamos dos sistemas de saúde globais, nenhum país parece ter encontrado essa resposta; o que costumamos assistir são discussões e proposições com bases econômicas e separatistas, onde ainda não se compreendeu o que é de fato colocar o paciente no centro. Para isso, os interesses de grupos ideológicos, empresariais, industriais, individuais não poderiam coexistir com o real interesse pela saúde do outro. 

Alguém sabe como equacionar essa equação? 

Enquanto a precisão da frase “
cuidado universal” ainda permanece distante – e a solução não parece pertencer a um sistema público ou privado – Margaret, da OMS, permanece dizendo que "os sistemas de saúde não vão automaticamente caminhar em direção à maior igualdade ou evoluir naturalmente no sentido da cobertura universal”. Dessa forma, segundo ela, esses resultados requerem medidas deliberadas".

Será que isso resolve?

Talvez evite mesmo um caos aparente maior, pois a OMS aponta que “a ausência de um sistema gratuito empurra anualmente 100 milhões de pessoas para a pobreza”. 

*Com informações da Agência Lusa