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Livance aposta no conceito de “infraestrutura como serviço”

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A startup, que usa tecnologia para conectar profissionais de saúde, pacientes e salas de alto padrão, acaba de ser investida pela Astella

Uma das maiores dores de todo empreendedor são os custos fixos. A boa notícia é que eles podem estar com os dias contados, especialmente para os profissionais de saúde que atendem em consultórios. A Livance desenvolveu uma solução de Infrastructure as a Service (IaaS) – Infraestrutura como Serviço –, que se apresenta como uma alternativa aos custos fixos dos consultórios tradicionais. A startup acaba de ser investida pelo fundo de venture capital Astella.

À primeira vista, o que a Livance oferece para médicos, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos é uma rede com cinco unidades que oferecem consultórios de alto padrão – sendo quatro em bairros nobres da capital paulista e uma em Campinas. O pulo do gato, porém, está na tecnologia e no modelo de negócio, que proporcionam uma nova forma de usar os consultórios.

“O modelo é pay-per-use, ou seja, só se paga pelo tempo efetivamente usado”, explica Claudio Mifano, sócio e CEO da Livance. O valor é de até R$ 1 por minuto durante os horários de consulta com seus pacientes, mais R$236 de assinatura mensal. Esta última inclui serviços digitais para os profissionais fazerem a gestão das consultas via site ou aplicativo da Livance. “É lá que reservam as salas, recebem notificações do sistema e também pagamentos dos pacientes nas modalidades crédito ou débito.”

O pacote ainda prevê um website com URL personalizada e sistema de agendamento de consultas, bem como números de telefone e Whatsapp para atendimento exclusivo pelas secretárias da Livance.

“Além de simplificar a rotina dos médicos e demais profissionais, a solução transforma os custos fixos de um consultório com modelo tradicional – por exemplo, aluguel, secretária, limpeza, seguros e manutenção – em custos variáveis. A plataforma facilita também a análise da rentabilidade dos atendimentos”, afirma o CEO da startup.

Outra vantagem que ele destaca é atender em diversos endereços, sem custos extras. “A possibilidade de atender em qualquer uma das nossas unidades expande o alcance geográfico do profissional e ainda acelera a construção da carteira de pacientes a partir do networking que naturalmente acontece nos coworkings implantados nas unidades, instalados em uma área separada das salas de atendimento.”

A Livance conta atualmente com 1.100 profissionais na base de clientes e 40 especialidades médicas e da área da saúde. Mais de 40% já atendem em, pelo menos, duas unidades.

Tecnologia e rodada de investimento

Para orquestrar o agendamento das salas, otimizar a ocupação e garantir que o atendimento aos pacientes aconteça em perfeita sintonia, a startup desenvolveu a sua própria plataforma, pensada sob medida para cada etapa do processo.

Por exemplo, os totens nas recepções das unidades funcionam como verdadeiras recepcionistas virtuais, avisando o médico da chegada do paciente. Na porta do consultório, um tablet indica o nome e a foto do profissional que fará a próxima consulta, e a partir do momento em que iniciar os atendimentos começam a contar os minutos de uso da sala.

O efeito de rede foi um dos atributos que chamou a atenção da Astella, que recém-liderou uma rodada de investimento seed junto à startup. “Na Livance, identificamos dois efeitos de rede: o efeito de dados, que acontece quando o valor do produto e da companhia cresce a cada nova utilização através do acúmulo de informações que irá se traduzir em um produto cada vez melhor para os clientes e em uma empresa cada vez mais eficiente, e o efeito físico da própria capilaridade da rede que abre novas possibilidades de atendimento para os profissionais de saúde.o efeito de dados, que consiste em fazer o sistema aprender um pouco mais a cada novo atendimento, o que torna a empresa mais valiosa e mais eficiente”, afirma Daniel Chalfon, sócio da Astella.

Na prática, isso ajuda a maximizar o uso do metro quadrado e analisar o padrão de cada profissional e especialidade para entender eventuais atrasos ou necessidade de consultas que precisam se estender. O sistema também gera inteligência para aprimorar a operação, promover alterações físicas na infraestrutura e, até mesmo, construir mais unidades.

Com o investimento recebido da Astella, a Livance agora direciona seus esforços para melhorias e evoluções na plataforma e reforço nos times de vendas e produto.

Trajetória de aprendizados

Dado a crescente demanda – no mês de junho, o número de novos médicos no sistema bateu recorde – A startup deve inaugurar outras duas unidades até o final do ano.

A migração de profissionais de saúde para o modelo da Livance já vinha acontecendo de forma consistente, o que se acirrou com a crise provocada pela pandemia de Covid-19. “A crise tem feito muitas pessoas repensarem seus negócios, e o profissional de saúde não é exceção. A oferta da Livance é única no mercado e possibilita uma nova maneira de trabalhar no setor de saúde. Montar o consultório virou coisa do passado. O que a Livance traz é um novo modelo de negócio, que veio para ficar”, garante Chalfon, da Astella.

Antes da fundação da startup, em 2017, o modelo e o projeto-piloto da plataforma rodaram durante um ano no consultório do oftalmologista Fabio Soccol, que é um dos fundadores da Livance e COO.

Durante os estudos na Universidade de Stanford, os outros dois sócios – Gustavo Machado, engenheiro e CPO, e Claudio Mifano, administrador de empresas e CEO – também conduziram entrevistas com 150 profissionais de saúde para entender suas principais dores e possíveis soluções tecnológicas.

Em 2019, a startup triplicou o faturamento. Neste ano, a expectativa é manter o mesmo ritmo de crescimento.

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